O jejum das grandes religiões: por que é realizado durante o Yom Kippur, o Ramadã e a Quaresma?
Descubra a motivação espiritual de três religiões para jejuar. Além disso, ele conhece a profundidade desta ação e a crença que leva a esta oferta que testa a capacidade humana.
De acordo com a Real Academia Espanhola (RAE) A palavra “jejum” pode ser definida de três maneiras. Primeiro, abstenha-se total ou parcialmente de comer ou beber. Segundo, abster-se total ou parcialmente de ingerir alimentos ou bebidas por preceito religioso. E terceiro, prive-se ou seja privado de algum sabor ou deleite.
“O objetivo é reduzir a vida ao essencial e praticar a renúncia. Trata-se de descobrir novas dimensões do ser humano ou de estabelecer uma relação com Deus”, afirma Thomas Lemmen, responsável pelo diálogo inter-religioso da Arquidiocese de Colônia, na Alemanha. Embora seja uma instância divina para diversas religiões e crenças, sua origem ainda não é conhecida com certeza.
O convite ao jejum é mencionado em vários livros espirituais. Por exemplo, no Antigo e no Novo Testamento da Bíblia, nos livros sagrados hindus Upanishad, no texto mitológico indiano chamado Mahabarata, no código religioso judaico Talmood e no Alcorão.
Solenidades religiosas em que o jejum é convidado
Para saber mais sobre esse tema, abordaremos três religiões e o motivo pelo qual o jejum é colocado em prática. Algo que faremos com respeito às crenças das pessoas.
Yom Kipur
Este é o feriado mais importante para os judeus, pois marca o fim do seu calendário sagrado. Além disso, são convidados a percorrer o caminho da oração e da caridade. "Yom Kippur" significa "dia da expiação" em espanhol e para os judeus simboliza o culminar dos dias de arrependimento.
Segundo a tradição, esta celebração começou depois que Moisés quebrou as tábuas de pedra que continham os 10 Mandamentos, ao ver como o seu povo adorava um bezerro de ouro. Mais tarde, Moisés subiu novamente ao Monte Sinai para retornar com os 10 Mandamentos escritos em pedras renovadas que continham o perdão de Deus por ter adorado uma falsa imagem de sua presença.
Ramadã
Esta solenidade do Islão, respeitada por todos os muçulmanos, consiste num jejum que dura até 30 dias, que começa ao amanhecer e termina ao pôr do sol. Durante esses dias não podem ter relações sexuais, beber, comer ou fumar durante o dia, conforme é um momento dedicado à reflexão espiritual.
O início do Ramadã varia a cada ano e é marcado por um comitê de observação lunar localizado na Arábia Saudita. Por exemplo, este ano foi comemorado entre 2 de abril e 2 de maio de 2023, sendo este último dia a celebração do Eid al-Fitr ou a festa do fim do jejum.
Os muçulmanos acreditam que em 610 DC o anjo Gabriel se revelou a Maomé com o livro sagrado do Islã: o Alcorão. Por isso eles jejuam para comemorar esse mistério, já que a "Laylat Al Qadar" ou "noite do poder" ocorreu durante o período do Ramadã. O jejum é obrigatório para todos os muçulmanos, exceto para pessoas doentes, idosas, grávidas, mulheres em ciclo menstrual ou viajantes, que ocupam esses dias durante o resto do ano.
Quaresma
Dentro do cristianismo, principalmente na religião católica, o jejum está relacionado à Quaresma e à Semana Santa, baseado no jejum que Cristo realizou durante quarenta dias no deserto após ser batizado por João Batista.
Esta solenidade religiosa começa na Quarta-feira de Cinzas, que representa o início da Quaresma, e estende-se até ao Domingo de Páscoa, onde se celebra a Ressurreição de Jesus após a sua morte na cruz.
Vale ressaltar que o cristianismo também se orienta pelo calendário lunar para comemorar a Semana Santa. Cada ano a sua data é definida com a primeira lua cheia do outono, no caso do hemisfério sul, ou a primeira lua cheia da primavera, no caso do hemisfério norte.