O planeta onde as tempestades duram até 10 meses
Você já se perguntou como são as tempestades em outros planetas? Em Saturno se trata de gigantescas 'manchas brancas' que liberam energia acumulada a cada 30 anos. Fenômenos naturais e meteorológicos 'semelhantes' aos da Terra.
As tempestades em nosso planeta são fenômenos naturais e meteorológicos. Elas geralmente estão associadas a chuvas fortes, ventos, raios e trovões. De qualquer forma, elas são espetaculares e dignas de fotografias. As tempestades mais alarmantes são aquelas que carregam muitos raios e relâmpagos, associadas a nuvens chamadas “Cumulonimbus”. Na Terra, elas podem durar por várias horas, talvez dias, porém, há um planeta vizinho no qual elas perduram por meses.
As tempestades de Saturno
Na Terra, as tempestades ocorrem de forma esporádica, bem diferente de Saturno. Este planeta é o sexto do Sistema Solar, o único com um sistema de anéis visível da superfície da Terra e sua composição é gasoso. Sua atmosfera é diferente da nossa e, provavelmente, suas nuvens sejam formadas por cristais de amônia.
Ocasionalmente, as tempestades se formam na atmosfera de Saturno e algumas delas são visíveis aqui da Terra. A sonda Cassini conseguiu capturar grandes tempestades em Saturno diversas vezes. A maior já capturada tinha raios 10.000 vezes mais potentes que os raios de qualquer tempestade em nosso planeta. Embora seja inimaginável que uma tempestade dentro do nosso sistema solar possa durar mais de 7 meses, em Saturno isto é possível, podendo chegar a até 10 meses de duração.
Em Saturno, existem dois tipos de tempestades: as pequenas que surgem de tempos em tempos – com 2000 km de largura – e as grandes “manchas brancas”. Em um período de mais de 100 anos, foram vistas até 5 tempestades gigantes em nosso planeta vizinho. Em março de 2018, Saturno recebia uma sucessão de tempestades, nunca vistas antes, com focos isolados e formados em diferentes latitudes.
Suas semelhanças com as tempestades da Terra
Segundo especialistas, as tempestades se originam nas profundezas de Saturno, cerca de 200 quilômetros abaixo das nuvens superiores. Poderíamos ousar a dizer que o processo de formação de uma tempestade em Saturno é “semelhante” ao de uma gota de água fria no Mediterrâneo, uma baixa pressão em médios níveis comum na região, mas em grande-escala. Há vapor de água, que se condensa liberando muito calor.
O ar sobe e alcança as nuvens superiores e, é neste momento que se forma a grande “mancha branca” visível em telescópios. Vale à pena contemplar tais tempestades, pois, elas acumulam enormes quantidades de energia ao longo dos anos que são liberadas de forma caótica ao mesmo tempo. Essas “manchas brancas” geralmente ocorrem a cada ano saturniano, equivalente a 30 anos aqui na Terra.
A longa duração das tempestades em Saturno está relacionada com a umidade, que impede a circulação dos gases por décadas. As moléculas de água são mais pesadas, em comparação com os gases hidrogênio e hélio. Dessa forma, o ar quente não consegue circular e fica acumulado nas camadas inferiores, até que, em um determinado momento, esse equilíbrio se rompe e as tempestades duradouras sejam formadas.