Tamanho é importante: cães grandes envelhecem mais rápido do que cães menores
Um novo estudo revela que o tamanho de um cão não influencia apenas a sua expectativa de vida, mas também o seu processo de envelhecimento. Saiba mais aqui!
Há muito que sabemos que a expectativa de vida dos cães é muito diferente em se tratando de um animal grande ou um pequeno. Na verdade, a diferença entre ambos chega a ser o dobro.
Os cães maiores, pesando mais de 30 quilos, vivem em média 7 anos. Já os cães menores, que pesam menos de 7 quilos, têm uma expectativa de vida muito maior, que chega a 14 anos.
A relação inversa entre tamanho e longevidade nesta espécie contradiz o padrão geral observado na biologia, segundo o qual espécies maiores tendem a viver mais do que as menores. Esses dados da vida canina sugerem que é a taxa de crescimento, e não o tamanho, o fator determinante para as diferenças na longevidade.
Um estudo da Universidade ELTE de Budapeste analisou informações de 15 mil cães, para investigar a história de vida, o envelhecimento e a deterioração cognitiva e comportamental dos animais. Ou seja, investigaram em que idade começam as mudanças cognitivas e comportamentais e com que rapidez essas mudanças progridem dependendo do tamanho do corpo.
“Examinamos o efeito da expectativa de vida e três fatores relacionados – tamanho do corpo, formato da cabeça e status de raça pura – na trajetória etária e na prevalência da disfunção cognitiva canina (CCD)”, afirma o estudo, publicado na revista GeroScience, liderado pela pesquisadora Borbála Turcsán.
Entre os resultados mais notáveis, o estudo descobriu que, embora os cães maiores experimentem um início mais precoce do deterioramento relacionado com a idade, também apresentam uma taxa de declínio mais lenta em comparação com os cães mais pequenos.
Embora tenham uma expectativa de vida mais curta, os cães maiores mantêm a sua saúde cognitiva durante mais tempo e experimentam um menor grau de declínio relacionado com a idade do que os cães mais pequenos.
Turcsán observou ainda que cães maiores sofrem colapso físico em uma idade mais jovem, levando a comportamentos de velhice antes do início do declínio mental.
Cães pequenos, de nariz grande e mistos
Em cães pequenos, quase todos os números estão invertidos. Embora vivam mais, em média, apresentam uma prevalência quatro vezes maior de declínio cognitivo na velhice.
Outra conclusão do estudo é que cães de focinho longo, como galgos, e raças puras, apresentam maior risco de desenvolver declínio cognitivo na velhice, em comparação com cães de raças misturadas e de focinho curto. Além disso, os dados revelaram que as raças puras têm expectativa de vida mais curta do que as raças misturadas (ou 'vira-lata').
E entre os dados mais curiosos, a análise detectou que os donos tendem a considerar os seus cães “velhos” por volta dos seis anos, independentemente do tamanho do cão ou condição de raça pura.
O tamanho do corpo influencia a saúde cognitiva e física dos cães, sugerem pesquisas, mas esse efeito não é gradual e é observado principalmente em grupos de tamanho extremo, como cães muito pequenos ou muito grandes.
Para Turcsán, quem busca o equilíbrio entre o tamanho e a saúde do seu animal de estimação deve considerar cães na faixa de 10 a 30 kg, pois apresentam maior expectativa de vida em relação ao seu tamanho em comparação com cães menores ou maiores.