Os superpoderes que os humanos terão em 2030 graças à tecnologia
As inovações tecnológicas estão criando ferramentas cada vez mais poderosas para o desenvolvimento de novas habilidades. Em um futuro próximo, os humanos terão acesso a “superpoderes” inimagináveis.
À medida que entramos na próxima década, as inovações tecnológicas prometem transformar a vida humana de maneiras antes inimagináveis. Até 2030, a fusão da tecnologia com a biologia e a Inteligência Artificial (IA) concederá aos humanos uma série de "superpoderes" que expandirão nossas capacidades físicas e mentais.
Da Idade da Pedra até a conquista do espaço, as ferramentas que o homem criou nos ajudaram a superar nossas limitações, multiplicando nossa força, expandindo nosso alcance físico e melhorando nossa precisão.
Habilidade, por outro lado, é a capacidade de um indivíduo de executar uma tarefa específica ou resolver um problema com alto nível de competência. Elas são adquiridas por meio da educação ou são inerentes a todo ser humano. De acordo com a RAE, é "cada uma das coisas que uma pessoa realiza com graça e habilidade".
Ou seja, as ferramentas aumentam nossas habilidades e nos ajudam a expandir nossas limitações orgânicas, nos permitindo avançar como indivíduos, equipes e civilizações. Assim como a voz é uma ferramenta ou “tecnologia humana” que nos permite expressar nossos pensamentos ou sentimentos, nem todos nós temos a capacidade de produzir um número infinito de nuances que, por si só ou em um contexto musical, nos permitem alcançar expressividade e emoção artística extraordinárias que nem todos conseguem alcançar. O Autotune é o melhor exemplo de uma ferramenta que melhora nossas habilidades (embora, para alguns, este não seja suficiente).
Vídeo-chamadas, Alexa, Roomba, Meta e Google
‘Os Jetsons’ é um desenho animado infantil dos anos 60, ambientado no ano de 2062 e que mostra como as pessoas se relacionariam com a tecnologia em 100 anos. O protagonista, George Jetson, junto com sua família, utilizou tecnologias que já se tornaram realidade em nosso cotidiano: vídeo-chamadas, robôs domésticos, relógios inteligentes, drones, turismo espacial... São várias as previsões tecnológicas que pareciam distantes nos anos 60.
Para o Dr. Louis B. Rosemberg, CEO da Unanimous AI, uma empresa sediada na Califórnia dedicada a ampliar a inteligência humana por meio de algoritmos de IA baseados em enxames biológicos, os superpoderes estão mais perto de se tornarem realidade do que imaginamos.
Vale ressaltar que em 2024, duas das empresas mais influentes e inovadoras do mundo, a Meta e a Google, revelaram seu objetivo de nos dar superpoderes: a Meta, ao adicionar IA sensível ao contexto aos seus óculos Ray-Ban e ao mostrar sua visão mista protótipo de realidade Orion; e o Google anunciou o Android XR, um sistema operacional com IA para realidade aumentada com conteúdo fluido e sensível ao contexto. Rosemberg acredita que o Google, com sua Gemini AI e a parceria com a Samsung, está bem posicionado para ser o principal fornecedor de superpoderes humanos habilitados pela tecnologia nos próximos 18 meses.
Humanos com superpoderes físicos
Graças aos avanços em exoesqueletos e próteses, os humanos serão capazes de realizar tarefas físicas com força e resistência significativamente melhoradas. Exoesqueletos leves e flexíveis ajudarão as pessoas a levantar objetos pesados sem esforço e a caminhar longas distâncias sem fadiga, permitindo um controle preciso e natural dos movimentos.
Até mesmo inovações em próteses biônicas permitirão que pessoas com deficiência recuperem ou até mesmo melhorem sua mobilidade. Essas próteses serão integradas aos sistemas nervosos.
A tecnologia de realidade aumentada (RA) e os implantes biônicos oferecerão melhorias significativas na visão e na audição. Os óculos de RA fornecerão informações contextuais em tempo real, enquanto os implantes cocleares avançados permitirão uma audição superior, mesmo em ambientes barulhentos.
Humanos com superpoderes mentais
O desenvolvimento de interfaces cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês), permitirá a expansão da memória e da capacidade cognitiva. As BCIs permitirão que os humanos armazenem e recuperem informações com velocidade sem precedentes e realizem cálculos complexos com facilidade.
As BCIs também facilitarão a comunicação direta de cérebro para cérebro, permitindo a transmissão de pensamentos e ideias sem a necessidade de usar as “ferramentas tecnológicas” que os humanos adquiriram por meio da evolução (falar ou escrever).
A convergência de IA, RA e computação conversacional permitirá maior consciência contextual e, por meio de dispositivos que podem ver o que vemos, ouvir o que ouvimos e sentir o que sentimos, receberemos habilidades aprimoradas conhecidas como "mentalidade aumentada", onde assistentes com tecnologia de IA se tornarão parte da vida diária, oferecendo orientação e lembretes por meio de dispositivos corporais que combinam IA com RA, nos dando superpoderes digitais em nossas experiências diárias.
E os neuroimplantes e a IA personalizada permitirão que as pessoas aprendam novas habilidades e conhecimentos em um ritmo acelerado, baixando informações diretamente para seus cérebros, reduzindo drasticamente o tempo necessário para adquirir novas competências.
Humanos com superpoderes sensoriais
Os avanços na tecnologia sensorial permitirão que os humanos experimentem o mundo de maneiras novas e emocionantes. Sensores implantáveis fornecerão a capacidade de detectar campos magnéticos, radiação e outros estímulos que atualmente estão além do alcance dos sentidos humanos, nos permitindo perceber muito mais do que os cinco sentidos que tradicionalmente reconhecemos.
Por sua vez, a realidade virtual e a tecnologia de RA não apenas aprimorarão nossos sentidos, mas também nos permitirão vivenciar emoções da perspectiva de outras pessoas, aumentando a empatia e a compreensão, promovendo maior conexão humana.
Humanos com superpoderes de saúde
Por meio dos avanços na biotecnologia e na medicina regenerativa, os humanos começarão a se curar em um ritmo acelerado. Os nanorrobôs médicos serão capazes de reparar tecidos danificados e combater doenças de dentro do corpo, melhorando significativamente a saúde e a longevidade.
As tecnologias disponíveis de edição genética como a CRISPR, desenvolvida em 2005, permitirão que os humanos modifiquem seu DNA para resistir a doenças. Essas modificações genéticas proporcionarão maior imunidade contra vírus e bactérias, bem como maior resistência a doenças crônicas.
E os “wearables”, dispositivos portáteis vestíveis que, juntamente com os implantáveis, podem facilitar o monitoramento constante de biomarcadores de saúde, alertando os usuários - e o sistema de saúde - sobre possíveis problemas de saúde antes que se tornem sérios, melhorando a prevenção e o gerenciamento de doenças.
A tecnologia está prestes a nos conceder habilidades que antes eram domínio exclusivo da fantasia e da ficção científica. Até 2030, os humanos poderão desfrutar de uma vida enriquecida por maior força, cognição superior, sentidos aguçados e saúde robusta. Essas “superpotências” não apenas transformarão nossas capacidades individuais, mas também remodelarão a sociedade como um todo, criando um futuro mais saudável, sustentável e conectado.