Primeira vez em 100 anos: fotografo capturou ave extremamente rara, metade fêmea e metade macho!

Fotografo amador registrou um pássaro extremamente raro na Colômbia, que não era visto há mais de um século! A ave chamou atenção por suas cores vibrante e plumagem brilhante.

Pássaro extremamente raro
Esta descoberta foi apenas o segundo caso registrado desta ave extremamente rara em mais de um século. Foto: John Murillo.

Uma ave “extremamente rara”, metade fêmea e metade macho foi capturada por um fotógrafo, e tal espécie não tinha sido vista em 100 anos. Quando o pássaro apareceu pela primeira vez diante dos observadores na Colômbia, a sua plumagem exótica chamou atenção e eles tiveram a certeza que era algo especial.

Metade fêmea metade macho

O registro foi realizado por um ornitólogo amador chamado John Murilo, na Reserva Natural Don Miguel, uma pequena fazenda perto da cidade de Manizales, na Colômbia. Mas o que ele não sabia era que esta era a primeira vez em mais de 100 anos que este fenômeno tinha sido registrado entre esta espécie de pássaro.

É uma condição rara chamada ginandromorfia bilateral, na qual um lado do organismo apresenta características masculinas e o outro lado feminino. O lado esquerdo sendo fêmea e o lado direito sendo macho.

Imagine que você está de férias, caminhando casualmente, quando se depara com um pássaro de plumagem exótica, referente a ambos os sexos. Ele considera algo muito impressionante e que teve o privilégio de ver.

O professor da Universidade de Otago na Nova Zelândia, Hamish Spencer, afirmou que o fenômeno é extremamente raro em aves, e muitos observadores de pássaros poderiam passar a vida inteira sem ver um ginandromorfo bilateral em nenhuma espécie de ave.

Ave metade macho metade fêmea
Trepadeira verde ginandromorfa bilateral fotorgrada na natureza em Colômbia. Foto: John Murillo.

Esta é a segunda vez que a ginandromorfia bilateral é observada em uma árvore chamada trepadeira-verde, uma pequena ave comumente vista em uma faixa de território que se estende do sul do México ao sudeste do Brasil.

A trepadeira-verde, uma ave pequena, mas surpreendentemente vibrante, cativa observadores de pássaros e ornitólogos com suas cores vivas e comportamentos únicos. Nativa das regiões tropicais da América Central e do Sul, esta ave é um símbolo da rica biodiversidade encontrada nos ecossistemas de florestas tropicais.

Este pássaro raro foi visto pela última vez em 1914

O professor Spencer explica que o fenômeno surge de um erro durante a divisão celular feminina para produzir um óvulo, seguido de fertilização dupla por dois espermatozoides. Casos desta condição foram registrados em vários grupos de animais, mas é mais facilmente detectada entre animais com forte dimorfismo sexual que distinguem machos de fêmeas, como pássaros.

Apenas as fêmeas são de um verde vibrante, com plumagem brilhante semelhante a cor da grama e o bico amarelo fosco com ponta preta. Já os machos possuem penugem azul e também cabeça e queixo pretos com bico amarelo brilhante.

Ou seja, não é toda dia que temos a oportunidade de encontrar aves nestas tonalidades exóticas.

A fazenda Don Miguel contava com um posto de alimentação para observação de aves, que oferecia às aves locais frutas secas e água com açúcar. Entre outubro de 2021 e junho de 2023, Murillo observou a ave quando ela apareceu nesse posto entre bandos de papa-figos e sabiás. Esta espécie tinha um rotina diferenciada, pois tendia a permanecer por período de 4 a 6 semanas de cada vez na área, e depois não era visto por 8 semanas seguidas.

A última vez que alguém encontrou uma trepadeira verde com plumagem masculina e feminina foi em 1914. Mas nesse caso, o lado esquerdo da ave era macho, o que não é o caso desta nova ave. Segundo Spencer, isto mostra que, como em várias outras espécies, qualquer lado da ave pode ser macho ou fêmea.

Spencer acrescentou no comunicado que espera que as pessoas se inspirem com esta notícia para procurar mais exemplos desses casos incomuns e excepcionais.

Referência da notícia

Murillo, J., E. Campbell-Thompson, T. F. Bishop, C. W. Beck, and H. G. Spencer. 2023. Report of bilateral gynandromorphy in a Green Honeycreeper (Chlorophanes spiza) from Colombia. Journal of Field Ornithology 94(4):12. https://doi.org/10.5751/ JFO-00392-940412