Provado que a música de Mozart pode funcionar como analgésico para recém-nascidos
Uma avaliação inédita foi feita em cem bebês recém-nascidos, em um processo de extração de sangue do calcanhar. Foi confirmado que a intervenção musical é uma ferramenta fácil, reprodutível e barata para o alívio da dor dos bebês.
Um novo estudo publicado na revista Nature concluiu que bebês recém-nascidos que estão prestes a serem picados para uma coleta de sangue podem aliviar os sinais de dor se a música relaxante de Mozart tocar ao fundo.
O recente ensaio randomizado é o primeiro desse tipo, segundo a equipe da Universidade Thomas Jefferson, da Filadélfia, que trabalhou com médicos para conduzir a pesquisa entre 100 bebês em um hospital comunitário do Bronx, Nova York.
Como foi feita a experiência com bebês e música de Mozart?
Os cem bebês que participaram do estudo nasceram a termo (com 37 semanas de gestação ou mais) e tinham cerca de dois dias de vida no momento do teste.
Antes de um profissional médico coletar sangue usando um procedimento padrão de punção no calcanhar, pouco mais da metade dos bebês tiveram vinte minutos para ouvir um instrumental suave do famoso músico Mozart. A outra metade esperou em silêncio.
A canção de ninar tocou durante a coleta e continuou por cerca de cinco minutos depois. Os pais não foram autorizados a segurar fisicamente seus bebês durante o ensaio.
Um pesquisador avaliava regularmente a dor dos bebês, usando expressões faciais, choro, padrões respiratórios, movimentos dos membros e estado de alerta como indicadores. O pesquisador estava usando fones de ouvido com cancelamento de ruído, então ele não sabia se havia música tocando ou não.
No final, os recém-nascidos expostos a Mozart apresentaram uma redução “estatisticamente e clinicamente significativa” das pontuações na Escala de Dor Neonatal Infantil (NIPS), e este foi o caso antes, durante e depois da punção no calcanhar.
Principais conclusões do estudo com recém-nascidos
Estudos entre recém-nascidos são uma boa oportunidade para explorar mais, especialmente porque a medicação para a dor muitas vezes não é uma opção para este grupo. O recente ensaio no Bronx é o primeiro a estudar bebês nascidos a termo, embora haja algum histórico de estudos em bebês prematuros.
Existem agora evidências consideráveis que sugerem que a música pode reduzir significativamente a percepção da dor entre os adultos, mas não está claro como a música consegue este feito incrível, ou se é inata ou aprendida.
Os resultados sugerem que alguns tipos de música calmante podem ter um poderoso efeito calmante até mesmo nos cérebros humanos mais jovens.
Isso pode ocorrer porque a música distrai os bebês da dor. Mas estudos anteriores entre adultos mostraram que música alegre e divertida alivia mais a dor do que música sombria e triste. E isso significa que a distração não pode explicar totalmente os resultados.
Diferentes tipos de música e seus efeitos analgésicos não foram comparados no presente estudo, fatores que poderiam ser explorados em pesquisas futuras. Os cientistas que trabalharam no presente ensaio dizem que estão agora interessados em saber se as vozes dos pais poderão ser tão tranquilizadoras para os recém-nascidos como Mozart.