As sequóias são maiores do que se pensava!

Através de laser scanning, os cientistas conseguiram determinar a estrutura tridimensional das árvores mais altas do planeta, descobrindo as verdadeiras dimensões das sequóias. Saiba mais aqui!

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As sequóias vermelhas são assim denominadas devido ao tom avermelhado que a sua casca apresenta.

As sequóias vermelhas da Califórnia, EUA, Sequoia sempervirens, são as árvores mais altas do planeta. Esta espécie de sequóia pode superar os 100 m de altura, exibindo um diâmetro entre os 15 e 26 m. E é precisamente devido a grandezas matemáticas como estas, que medir com precisão as suas dimensões, fundamental para determinar a quantidade de carbono que armazenam como biomassa, está carregado de incertezas.

As equações de escala amplamente utilizadas entre o diâmetro e o volume do tronco baseiam-se em um número de amostras limitado de árvores muito mais pequenas, uma vez que poucas pessoas estão dispostas a recorrer a um arnês de escalada e a realizar medições a cerca de 100 metros do solo. Agora, pela primeira vez, os investigadores analisaram as S. sempervirens através de laser scanning, uma técnica automatizada que produz medições precisas da estrutura e volume de uma árvore.

Num estudo publicado para a Scientific Reports, Mathias Disney, cientista ambiental da University College of London, e os seus colegas, avaliaram 145 sequóias-vermelhas. A equipe disparou biliões de pulsos de laser quase infravermelhos para as árvores a partir de múltiplas direções. Este processo lhes permitiu construir um mapa detalhado de cada árvore, que exibia saliências, galhos e outras características tão pequenas quanto alguns centímetros. “Isto nos dá uma nova perspectiva sobre a estrutura tridimensional das árvores”, disse Disney.

As descobertas e outros fatos interessantes

Os investigadores descobriram que as sequóias vermelhas mostraram uma tendência de ser cerca de 30 por cento maiores em volume do que as relações de escala publicadas previram. Os autores sugerem que esta discrepância pode ser devida ao facto de algumas S. sempervirens brotarem troncos adicionais à medida que envelhecem, num processo denominado reiteração. Assim, com base nestas observações, Disney e a sua equipa estabeleceram novas relações de escala entre o diâmetro e o volume das árvores para a espécie.

Mesmo não tendo estado envolvido na investigação, Anil Raj Kizha, cientista de operações florestais na Universidade do Maine, salienta a importância do laser scanning no aumento do conhecimento das florestas antigas, que por sua vez é fundamental para os esforços de conservação. "Nos próximos 5 a 10 anos, isto vai ser mais difundido".

É por ser uma das espécies de árvores mais ameaçadas do mundo que são necessários estes esforços de conservação. O maior grupo de sequóias-vermelhas situa-se no Parque Nacional e Estatal de Redwood, ao longo da costa da Califórnia, nos Estados Unidos. Os historiadores e os cientistas acreditam que antes da grande desflorestação de 1850, a floresta costeira californiana possuía cerca de 8.100 km2 de área, mas a elevada qualidade da madeira e de outros recursos naturais ali sitiados originou o corte da maior parte das árvores, incluindo as sequóias vermelhas.

Com o objetivo de proteger os espécimes arbóreos de maior porte, a entidade responsável pelo Parque escondeu a localização destas árvores a fim de afastar turistas que possam potencialmente prejudicar o ecossistema.