Surpreendente: em breve descobriremos um nono planeta em nosso sistema solar?
Segundo os astrônomos, um nono planeta está 'escondido' nos limites do nosso Sistema Solar, e um telescópio de última geração instalado no Chile poderá finalmente nos permitir detectá-lo.
Agora que Plutão já não é considerado um planeta, os pesquisadores estão à procura de um nono planeta no nosso Sistema Solar, e o funcionamento de um novo telescópio de alta potência no Chile poderá acelerar a descoberta deste potencial planeta.
Um nono planeta?
Até 2006, ensinava-se que existiam nove planetas no nosso sistema solar: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão. No entanto, Plutão já não faz parte desta lista desde 2000, tendo sido desclassificado pela União Astronômica Internacional por não cumprir os critérios para ser um planeta por direito próprio, ou seja, por "não limpar as áreas circundantes de sua órbita de qualquer corpo que provavelmente esteja lá".
Infelizmente é um pouco mais complicado que isso. Na verdade, se existe um nono planeta, ele deve estar localizado muito longe do Sol e, portanto, não reflete luz suficiente da nossa estrela para ser visível com os meios de observação de que dispomos hoje. Segundo os pesquisadores, este nono planeta estaria localizado muito além do Cinturão de Kuiper, o conjunto de corpos orbitais localizados depois de Netuno.
Porém, sinais da presença deste planeta estão presentes. Na verdade, os OTNEs (objetos transnetunianos extremos) localizados a esta distância, que já foram detectados anteriormente (mas que não atendem aos critérios para serem considerados planetas), têm uma órbita muito "anormal" para serem influenciados apenas pela atração de Netuno.
Em outras palavras, eles são necessariamente influenciados por outro imponente corpo celeste localizado nos confins do nosso sistema solar. Na verdade, se estes fossem impulsionados apenas pela força que emana de Netuno, não seguiriam essa órbita em torno do Sol. Como resultado, outro planeta ainda desconhecido deveria estar numa órbita muito distante em torno da nossa estrela.
Seremos capazes de detectar este nono planeta?
Segundo cálculos dos astrônomos, este nono planeta seria dez vezes mais pesado que a Terra e estaria a uma distância de 700 unidades astronômicas (UA) do Sol. Sabe-se que uma UA equivale a 150 milhões de quilômetros, a distância entre a Terra e o Sol, e que Netuno está a aproximadamente 30,1 UA da nossa estrela.
Para escanear com precisão esta parte do céu em busca deste planeta ainda invisível e hipotético, um novo telescópio tecnologicamente avançado será em breve instalado no Chile, no Observatório Vera C. Rubin. Em particular, ele será equipado com uma “câmera” de 3.200 kg, a maior do mundo, com resolução de 3.200 megapixels.
Esta câmera, carregada no início de 2025, irá capturar imagens todas as noites de todo o céu noturno visível no Hemisfério Sul, coletando luz de estrelas muito distantes, o que significa que quase tudo que pisca ou se move será capturado. Essas imagens capturadas serão então processadas por algoritmos, identificando objetos previamente descobertos e novos objetos celestes antes de enviá-los aos astrônomos.
Desta forma, os pesquisadores poderão estudar os parâmetros orbitais destes novos OTNEs para consolidar a sua teoria de um nono planeta e identificar com precisão a sua órbita para apontar outros telescópios na sua direção. Com um pouco de sorte, a resolução do telescópio do Observatório Vera C. Rubin será suficiente para capturar diretamente este nono planeta, e assim fazer uma importante descoberta científica no campo da astronomia.
No entanto, permanecem grandes incertezas, por um lado sobre a própria existência deste nono planeta muito distante e, por outro, sobre a capacidade deste telescópio para conseguir detectá-lo. De qualquer forma, os astrônomos de todo o mundo estão ansiosos por descobrir imagens futuras deste novo instrumento de observação do céu.
Referência da notícia
We May Be on the Brink of Finding the Real Planet Nine. 17 de dezembro, 2024. Robin George Andrews.