Temporada de furacões 2021: quão intensa e anormal foi essa temporada?
A temporada de furacões de 2021 não superou a insana temporada de 2020, mas conseguiu sua posição no ranking de temporadas mais ativas da história com suas 21 tempestades nomeadas! Entre elas o furacão Ida, o mais mortal e prejudicial da temporada.
A temporada de furacões de 2021 se encerrou oficialmente no dia 30 de novembro, e agora podemos olhar para trás e analisar quão ativa e incomum foi a atividade de ciclones tropicais no Atlântico Norte nesse ano.
Nesse ano foram formadas 21 tempestades tropicais nomeadas sobre o Atlântico Tropical, incluindo 7 furacões, dos quais 4 foram grandes furacões (categoria 3 ou superior). Em termos de tempestades nomeadas, a temporada de 2021 foi 50% acima da média, já em termos de grandes furacões, esteve ligeiramente acima da média. Essa atividade de ciclones tropicais acima da média foi bem prevista pelas principais agências meteorológicas internacionais, como Centro de Previsão do Clima (CPC) da NOAA.
Este ano foi o 3º mais ativo dos registros em termos de tempestades nomeadas, marcando a 6ª temporada consecutiva de furacões no Atlântico acima do normal. Além disso, esta foi a primeira vez que duas temporadas consecutivas de furacões esgotaram a lista de 21 nomes de tempestades.
Matthew Rosencrans, responsável pela previsão sazonal de furacões do CPC, afirma: “Fatores climáticos, que incluem La Niña, temperaturas da superfície do mar acima do normal no início da temporada e chuvas de monções da África Ocidental acima da média foram os principais contribuintes para esta temporada de furacões acima da média.”
As tempestades que marcaram a temporada de 2021
Pelo sétimo ano consecutivo, a primeira tempestade do ano surgiu antes do início oficial da temporada de furacões no Atlântico (1º de junho), com a formação da Tempestade Tropical Ana no dia 22 de maio.
Logo após Ana, Bill, Claudette, Danny e Elsa atacaram rapidamente no final de junho até julho, com Claudette e Elsa atacando a Costa do Golfo nos Estados Unidos, sinalizando que essa seria uma temporada muito ativa.
Depois de um breve período de folego, no dia 11 de agosto a tempestade tropical Fred deu início a uma nova leva de tempestades que durou quase dois meses. Entre os dias 11 de agosto e 5 de outubro só houve dois dias sem uma tempestade sobre o Atlântico. Dentro desse período foram nomeadas 15 tempestades, entre elas os 4 grandes furacões da temporada: Grace, Ida, Larry e Sam.
Ida e Sam foram os mais intensos da temporada, atingindo a categoria 4, e Ida foi a tempestade mais mortal e prejudicial na temporada, deixando mais de 80 mortos entre os estados de Louisiana e Nova Iorque e mais de 60 bilhões de dólares em prejuízos.
Até então a temporada de 2021 estava mantendo o mesmo ritmo que a temporada recorde de 2020, o que levava a crer que esta seria mais uma temporada recorde que esgotaria a lista pré-estabelecida de nomes. Entretanto, em meados de outubro a atividade de ciclones tropicais sofreu uma parada brusca após uma mudança das condições meteorológicas sobre o Atlântico Norte que inibiram a formação de novos sistemas.
Desde essa ruptura no início de outubro, nenhum grande furacão se formou sobre as águas do Atlântico Norte, algo que não era visto desde o início da era dos satélites nos anos 60. A temporada foi encerrada de forma tímida pela tempestade tropical Wanda, um sistema inofensivo que ficou girando sobre oceano aberto, mas que tomou o último nome da lista pré determinada, colocando 2021 como o terceiro ano da história a esgotar a lista, juntando-se a 2005 e 2020.