Um novo projeto polêmico pretende recongelar os polos do planeta
Os polos estão aquecendo muito mais rápido do que a média global do planeta, e isto tem uma relação com as ondas de calor recordes relatadas no início de 2022 no Ártico e Antártica. Mas, um projeto divulgado recentemente pretende recongelar as áreas polares do planeta. Saiba mais aqui.
Sabe-se que o degelo e o colapso das áreas congeladas nos polos poderão provocar o aumento do nível do mar em todo o planeta. Caso realmente for eficaz e viável o recongelamento dos polos, através do lançamento de aerossóis estratosféricos, poderá ser uma estratégia muito barata e útil em um futuro próximo.
Lançar partículas microscópicas para aquecer os polos
Um estudo recente liderado por Wake Smith, pesquisador da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, vem ganhando relevância dentro do meio acadêmico, pelas mais variadas razões e por seus aspetos positivos e negativos. Embora o plano proposto pelo autor pudesse resolver os efeitos das mudanças climáticas, ele não age diretamente sobre as causas do problema.
O estudo, publicado na Environmental Research Communications, demonstrou que jatos podem pulverizar partículas microscópicas de aerossóis na atmosfera nas latitudes de 60ºN e 60ºS, próximo de Anchorage (no Alasca) e do limite sul da Patagônia. Caso sejam lançados a uma altitude de cerca de 13 km, os aerossóis poderiam flutuar lentamente em direção aos polos.
Desta forma, seria possível sombrear ligeiramente a superfície abaixo dos aerossóis. Os pesquisadores argumentaram que seria necessário liberar mais de 13 milhões de toneladas de partículas de forma sazonal, na primavera e no verão, para que as regiões polares pudessem aquecer em 2°C. De qualquer forma, apenas 1% da população mundial seria beneficiada com este projeto.
Projeto com aspetos controversos
Não se pode negar a existente preocupação generalizada do uso de aerossóis para se aquecer o planeta. Esta é, aliás, uma intervenção climática controversa devido à liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono. Do mesmo modo, é minimamente prudente considerar que a relação risco x benefício pode ser positiva apenas nos polos.
Levando em consideração o plano proposto, seria utilizada uma frota composta por 125 aviões petroleiros, recém-desenvolvidos, que liberaria um conjunto de partículas microscópicas de dióxido de enxofre. O grande número de voos necessários seria equivalente a mais de dois dias de tráfego aéreo global e liberaria gases de efeito estufa na atmosfera superior, região mais prejudicial.
Embora este projeto pretenda responder às mudanças climáticas, ele não se compromete a substituir ou eliminar as emissões de gases de efeito estufa. Ainda assim, este é um projeto de geoengenharia que pode ser útil para recongelar o planeta aquecido e atenuar o aumento do nível do mar.