La Niña acabou e agora?
Com o fim do La Niña entramos em uma condição de neutralidade do ENOS para este inverno. Mas como os modelos estão respondendo a isso? Quanto tempo irá durar essa neutralidade?
Boa parte do verão e início do outono sofreram influência do fenômeno La Niña, contribuindo para um período mais úmido na metade norte do país e mais seco na Região Sul, deixando áreas, como o sul do estado do Rio Grande do Sul, com volumes abaixo da média.
Atualmente a região mais central do Pacífico Equatorial se encontra com temperaturas dentro e ligeiramente abaixo da média, caracterizando uma condição de neutralidade para o ENOS. Assim, durante a segunda quinzena de Abril até o momento, as condições climáticas no Brasil ficaram sob influência das oscilações Antártica e de Madden-Julian, que estão correlacionadas com o comportamento da precipitação no Sul e Norte/Nordeste do país, respectivamente.
Analisando as diferentes rodadas do modelo climático CFSv2, se observa que a próxima estação estará sob um condição neutra, com um leve viés positivo, ou seja, o clima será determinada até certo ponto pelas oscilações citadas acima, nas quais possuem previsibilidade de 15 a 30 dias. Portanto, um acompanhamento mais frequente do clima se faz necessário, mas já podemos dar uma olhada em como os modelos climáticos “enxergam” o próximo trimestre.
Previsão climática do modelo CFSv2 para o próximo trimestre
O modelo CFSv2 mostra precipitação mais concentrada na Argentina e Uruguai, trazendo uma condição mais seca para o cone sul do Brasil. No restante do país, pode-se dizer em um condição mais próxima da normalidade, uma vez que os modelos climáticos tem uma certa dificuldade nas áreas litorâneas do Norte e Nordeste.
Em relação à temperatura, há uma tendência acima da média para o Sul do país e abaixo da nas áreas mais ao norte. Observando as condições de precipitação e temperatura, é possível concluir que a passagem dos sistemas frontais, ocorrerá de forma mais costeira, não provocando grandes acumulados.
A incursão de massas de ar frio terá uma amplitude maior, atingindo regiões mais ao norte e ocasionando em redução das temperaturas. No entanto, pode-se deduzir que essas massas de ar (altas pressões) terão uma maior atuação sobre o oceano, transportando ar mais frio para Nordeste na direção de leste e sudeste e, devido à circulação anti-horária, os ventos passam a atuar mais de norte no Centro-Sul, proporcionando uma maior frequência de escoamento de norte.