O processo de desertificação e seus perigos
A desertificação não se refere à expansão dos desertos existentes, mas sim à degradação da terra em áreas subúmidas áridas, semiáridas e áridas. É causada principalmente por variabilidades climáticas e as atividades humanas (agricultura imprópria, pastoreio excessivo, desmatamento).
Nesta semana ocorreu o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca que foi criado pela Organização das Nações Unidades (ONU). A convenção cobre especificamente as áreas do planeta que estão em maior risco de desertificação. Essas áreas costumam abrigar algumas das pessoas e ecossistemas mais vulneráveis. Todo dia 17 de junho, o Dia Mundial de Combate à Desertificação é promovido em todo o mundo para conscientizar o público e apoiar os esforços internacionais no combate à desertificação e aos efeitos da seca.
Em geral, a desertificação é causada por variações no clima e por práticas insustentáveis de manejo da terra em ambientes de seca. Pela sua própria natureza, os ecossistemas áridos e semi-áridos caracterizam-se por chuvas escassas ou variáveis. Assim, mudanças climáticas como aquelas que resultam em secas prolongadas podem reduzir rapidamente a produtividade biológica desses ecossistemas.
Um pouco menos da metade da superfície terrestre livre de gelo da Terra são terras áridas (aproximadamente 52 milhões de quilômetros quadrados) e essas terras secas cobrem alguns dos países mais pobres do mundo. De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, as vidas de 250 milhões de pessoas são afetadas pela desertificação, e até 135 milhões de pessoas podem ser deslocadas pela desertificação até 2045, tornando-se um dos mais severos desafios ambientais enfrentados pela humanidade.
Desertificação no Brasil
De acordo com o site World Environmental Conservancy, cerca de 16% do território brasileiro está em risco de desertificação. Aproximadamente 32 milhões de pessoas, mais de 18% da população brasileira, já são afetadas pelo processo. No Brasil, o processo de desertificação está ativo no sul, parte do norte de Minas Gerais e principalmente no nordeste do país.
Aproximadamente 57% da região nordeste brasileira é reconhecida como terra semi-árida e vem sofrendo intensos processos de uso da terra nas últimas décadas, o que resultou em grave degradação de seus ativos naturais. Além disso, o regime de precipitação da região é severamente irregular (sendo o principal fator do empobrecimento do solo). A solução para frear a desertificação no nordeste do Brasil ainda está longe de ser alcançada. Adotar políticas para o uso do solo e delimitar as áreas para o agronegócio pode ser um começo, mas não uma solução.