Os Natais mais extremos do Brasil nos últimos anos
A data mais especial do ano já chegou, o Natal! Nessa data, vamos relembrar alguns Natais que ficaram marcados na memória dos brasileiros devido as suas condições meteorológicas extremas!
O Natal chegou! Diferentemente dos países do hemisfério norte, no Brasil o Natal é quente e acompanhado das famosas chuvas de verão. Mas como o clima está sempre variando, com a influência de fenômenos como o El Niño-Oscilação Sul e a Oscilação de Madden-Julian, nem todo o Natal é igual. Alguns acabam sendo mais quentes ou mais frios que o normal, ou mais chuvosos ou secos. Então, vamos lembrar de alguns dos Natais que marcaram a memória das grandes regiões do Brasil.
Região Sul
Em 2012, o Rio Grande do Sul teve uma véspera de Natal muito quente. Em muitas cidades os termômetros chegaram aos 40°C, mas a sensação térmica chegava a 50°C! Em Pelotas, os termômetros marcavam 40°C no dia 24/12/2012, mas a sensação era de 53°C.
No ano de 2015, o estado gaúcho teve um dezembro de muita chuva, com partes do oeste gaúcho registrando anomalias superiores a 300 mm no mês! Infelizmente, milhares de família tiveram que passar o Natal fora de suas casas devido as grandes inundações resultantes. Mais de 40 municípios decretaram situação de emergência e o Rio Uruguai registrou um nível de 11.25 metros, 6.25 metros acima do normal. Esse excesso de chuvas esteve associado ao intenso El Niño daquele ano.
Região Sudeste
O estado do Espírito Santo e parte de Minas Gerais tiveram um período pré-Natal extremamente chuvoso em dezembro de 2013. Graves inundações afetaram principalmente o estado capixaba, onde mais de 60% dos municípios sofreram estragos com os volumes recordes de chuva. Este foi um dos maiores desastres naturais a atingir a região, deixando 46 vítimas e mais de 54 mil desalojados ou desabrigados entre o estado capixaba e o leste mineiro. Grande parte dessas chuvas foram geradas por uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Em Vitória, o acumulado de dezembro de 2013 foi de 714 mm, sendo que 507 mm caíram entre os dias 19 e 24/12, período de atuação das ZCAS.
Enquanto isso, grande parte do estado de São Paulo experimentava uma situação oposta, a falta de chuvas. A região de Bauru registrou o dezembro mais seco dos últimos 13 anos. E no ano anterior, 2012, o Rio de Janeiro teve um Natal bem quente, com temperaturas de até 43°C (a maior desde 1915) e sensação térmica beirando os 50°C!
Região Centro-Oeste
Dezembro de 2017 foi bem chuvoso em algumas partes do Centro-Oeste do Brasil. Cuiabá registrou um recorde de chuvas nos primeiros 20 dias de dezembro, com um volume 50% acima da média desse período. No Mato Grosso do Sul algumas estradas foram totalmente interditadas após desmoronamentos de terra devido a grande quantidade de chuvas.
Região Nordeste
Na região Nordeste, diversos Natais foram marcados pela escassez hídrica. Entre 2012 e 2017, a região Nordeste enfrentou a pior seca já registrada na história do Brasil. Em 2013, enquanto o Sudeste sofria com as chuvas em dezembro, o Rio Grande do Norte enfrentava a pior seca dos últimos 50 anos, 150 dos 167 municípios do estado entraram em situação de emergência naquele mês.
Em 2017 a situação era a mesma, grande parte do Nordeste estava em situação de seca excepcional em dezembro. Estados como Maranhão, Piauí e Bahia sofreram com a grande quantidade de queimadas. Felizmente, o Natal desse ano será melhor, já que no início de dezembro áreas do sertão nordestino foram contempladas por grandes volumes de chuva!
Região Norte
Também em dezembro de 2013, o oeste da região Norte começou a enfrentar problemas de chuvas volumosas e inundações. No Acre, o Rio Madeira foi continuamente aumentando o nível durante dezembro, até que no dia 27/12/2013 atingiu o nível de 14.12 metros e foi decretado estado de alerta. Isso deu início ao pior episódio de inundação do Rio Madeira, que chegou a atingir a marca de quase 20 metros, em março do ano seguinte, inundando estradas e municípios inteiros, afetando milhares de famílias e deixando a capital, Rio Branco, completamente isolada.