Torre ATTO: a maior torre de pesquisa do mundo
Você sabia que na Amazônia existe uma torre maior que a torre Eiffel de Paris? E que ela é inteiramente dedica a pesquisa científica? Essa é a Torre ATTO, instalada no coração da Amazônia!
Já imaginou ver a Amazônia no topo de um prédio de 80 andares?! Pois é assim que os pesquisadores veem a floresta em cima de uma das maiores torres de pesquisa do mundo, a Torre ATTO (sigla em inglês para Torre Alta de Observação da Amazônia). Com uma altura de 325 metros, a torre ATTO equivale a um prédio de 80 andares, a mais de oito vezes o tamanho do Cristo Redentor e é maior que a torre Eiffel de Paris!
Essa gigantesca estrutura está localizada no coração da floresta amazônica, em uma região de floresta praticamente intocada, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, no município de São Sebastião do Uatumã, a 247 quilômetros de Manaus (ou 150 quilômetros em linha reta). Inaugurada em agosto de 2015, a Torre ATTO é fruto de um projeto binacional Brasil-Alemanha, executado pelos institutos INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), do Brasil, e o Instituto Max Planck, da Alemanha, com o intuito de coletar dados precisos sobre a interação da floresta Amazônica e a atmosfera.
Desde sua inauguração a Torre ATTO coleta dados continuamente, 24 horas por dia, e os transmite em tempo real para os pesquisadores. Os mais de 100 instrumentos instalados em toda sua extensão não só medem importantes dados meteorológicos como, temperatura, umidade, pressão, precipitação e direção e velocidade do vento, como também medem a concentração de gases como o dióxido de carbono, ozônio, metano, monóxido de carbono, entre outros. Além disso, a torre também mede os fluxos de água e energia entre a floresta e a atmosfera, e a concentração de pequenas partículas, os aerossóis.
Por que a torre é tão alta?
Quanto mais alta é feita a medição, maior é a área representada por ela! O ar medido a 325 metros de altura carrega informações de centenas de quilômetros quadrados de floresta ao redor e, inclusive, carrega informações de massas de ar que viajaram milhares de quilômetros na atmosfera e chegaram até a Amazônia, como a poeira do deserto do Saara.
Por que ela está instalada no meio da floresta?
Ao ser colocada em uma região com praticamente nenhuma interferência urbana (a poluição de Manaus raramente atinge a região), a torre é capaz de medir as características climáticas, químicas e biológicas da floresta Amazônica, uma tarefa antes feita por simulações numéricas que dificilmente conseguiam simular os processos físico corretamente. Além disso, através dos dados coletados pela ATTO, será possível fazer um diagnóstico preciso da influência da floresta Amazônica como reguladora do clima e o impacto das mudanças climáticas na floresta.
A Torre ATTO já auxiliou pesquisadores a desvendar como partículas ultrafinas de poluição afetam a formação de nuvens de tempestades na Amazônia e a entender a importância da Amazônia na regulação química da atmosfera. Sua continuidade na coleta de dados nos próximos anos auxiliará a responder perguntas mais complexas como: A floresta está perdendo ou absorvendo carbono da atmosfera? Como o desmatamento afeta o clima local e de todo o Brasil? As chuvas estão diminuindo ou aumentando na Amazônia? E a principal delas: O que está acontecendo e qual o futuro da principal floresta tropical do mundo?