83 mortos no Rio Grande do Sul: veja o que se sabe até o momento, os riscos iminentes e a previsão para a semana!

O número de mortos subiu para 83 em decorrência das chuvas no RS. Veja o que aconteceu e o que esperar do tempo nos próximos dias. Há alerta para um novo ciclone extratropical.

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Imagem de drone mostra voluntários procurando por moradores isolados em Canoas, no Rio Grande do Sul, em 5 de maio de 2024 — Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

No início da tarde desta segunda-feira (06) foi divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul um novo balanço com relação às vítimas em decorrência das chuvas da semana passada. Subiu para 83 o número de mortos e 4 óbitos ainda estão sob investigação da causa.

Fora as mortes já confirmadas, são 111 pessoas desaparecidas e 291 feridas. Ainda segundo o relatório, cerca de 873 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas em 364 municípios gaúchos que ficaram na rota da frente fria estacionária que durou dias consecutivos e gerou altíssimos volumes de precipitação.

O maior número de mortes foi registrado no município de Cruzeiro do Sul (8) e Gramado (7). Na capital Porto Alegre foram 2 óbitos registrados até o momento. 38 cidades registraram mortes ocasionadas pelas chuvas intensas.

As chuvas provocaram um aumento expressivo dos rios no estado, os quais transbordaram e inundaram muitas cidades quase que por completo, milhares de famílias ficaram ilhadas, sem água, sem energia, sem comida. Por conta do solo bastante encharcado, também houve registro de muitos deslizamentos de terra que bloquearam estradas e derrubaram casas.

Rio Guaíba atingiu nível histórico

Uma das áreas mais afetadas no Rio Grande do Sul continua sendo a região metropolitana de Porto Alegre por conta da elevação histórica do nível e transbordamento do Rio Guaíba.

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Porto Alegre inundada depois de cheia histórica do rio Guaíba — Foto: Renan Mattos/Reuters

Aliás, as comportas que fazem a contenção da água podem se romper a qualquer momento, pois possuem capacidade máxima de 6 metros, e o lago chegou à cota de 5,2 metros neste último domingo (5). A Defesa Civil chegou a emitir um alerta de evacuação por volta das 18h15 na área de Sarandi, que abrange quase 100 mil habitantes.

A Defesa Civil alerta para a possibilidade de transbordamento do dique da Fiergs. A recomendação é que os moradores do bairro Sarandi e da área compreendida do dique até a avenida Assis Brasil, próximo à avenida Sertório, deixem o local e procurem abrigo seguro", diz nota da entidade.

Mesmo com a redução das chuvas durante o final de semana, o nível do Rio Guaíba segue 2,3 metros acima da cota de inundação. Na medição das 5h15 desta segunda-feira (06), o patamar estava em 5,26 metros.

Na manhã de ontem, um recorde foi quebrado, quando o nível chegou a 5,33 metros, o mais alto da história e o mais catastrófico também. A marca mais alta registrada anteriormente não chegou nem perto disso, foi de 4,76 metros e isso no ano de 1941.

Barragens com risco de rompimento

Além do monitoramento feito sobre as comportas na região metropolitana, outras seis barragens de hidrelétricas estão em situação de emergência e com risco iminente de rompimento. A decisão do governo é tomar providencias imediatas para preservar vidas.

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A Defesa Civil divulgou mapa da região que pode ser atingida caso a comporta próxima ao bairro Sarandi transborde. Foto: divulgação

Entre essas medidas, está a retirada urgente de famílias das áreas que podem ser varridas pelas águas caso ocorra o rompimento. Uma das barragens mais propícias ao rompimento neste momento está localizada entre os municípios de Bento Gonçalves e Cotiporã, a qual já registrou um rompimento parcial há 3 dias atrás.

Com relação às outras barragens, há cinco em estado de alerta, o que significa que elas já apresentam avarias que geram risco à segurança da população a sua volta. Há sete barragens em estado de atenção, ou seja, mesmo com algumas anomalias registradas nas estruturas, ainda não comprometem a segurança dos moradores da região.

Formação de novo ciclone extratropical

Sem dúvidas o tempo nesta semana pode ser um alívio para as buscas por desaparecidos, ou um novo vilão que pode piorar a situação no Rio Grande do Sul. A última frente fria causadora do evento extremo da semana passada já foi embora, mas outros sistemas meteorológicos continuam combinados e gerando uma atmosfera instável.

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INMET emite alertas para o centro-sul nesta semana. Onda de calor persiste no Sudeste e Centro-Oeste, enquanto que novos sistemas trazem mais chuva para o Rio Grande do Sul. Fonte: INMET

O corredor de umidade da Amazônia ainda será destaque nesta semana, o bloqueio atmosférico e a onda de calor persistem sobre o Brasil central, mas o grande problema é com o que pode se formar de novo sobre a região Sul.

Neste início de semana já tem previsão para mais chuva sobre áreas mais ao sul do estado gaúcho devido a formação de uma área de baixa pressão atmosférica. O INMET emitiu alerta para o sul do estado entre hoje e amanhã (07) com possibilidade de altos acumulados e tempestades com ventos de 85km/h, raios e granizo. O volume de chuva pode passar dos 100 milímetros até a noite desta terça-feira.

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Ciclone extratropical pode se formar na quarta-feira (08) e dar origem a uma nova frente fria que vai passar pelo Rio Grande do Sul até o fim de semana.

Porém, a preocupação retorna na quarta-feira (08) quando um ciclone extratropical se formar e dá origem a uma nova frente fria que vai levar chuva para outras áreas do estado. O intervalo com redução das chuvas será muito pequeno e insuficiente para o nível dos rios abaixar, ou seja, com mais previsão de chuva a partir de meados da semana, há possibilidade de a catástrofe climática pode piorar. Seguimos monitorando.

Entre a sexta (10) e o sábado (11) é que uma região de cavado se forma e organiza melhor as instabilidades pelo centro e norte gaúcho, o que coloca as regionais de Santa Maria, de Porto Alegre e da Serra em risco iminente mais uma vez. São esperados volumes entre 80 e 200 milímetros.

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Volume de chuva pode variar entre 80 e 200 milímetros com novo ciclone extratropical nos próximos dias. Porto Alegre tende a ser duramente afetada novamente.

O volume de precipitação esperado nos próximos dias é alto, mesmo que inferior ao que aconteceu na semana anterior, porém, mesmo sendo menor, já é um volume capaz de aumentar o problema e os riscos de rompimento das barragens, é uma chuva que alimenta o que já aconteceu de forma desastrosa.