A mais intensa massa de ar polar até o momento chega no fim deste mês
O avanço de uma intensa massa de ar polar no fim deste mês e derruba as temperaturas em boa parte do país. Confira o avanço, a intensidade do evento e o que está impulsionando o sistema.
O inverno astronômico iniciou com chuvas e bastante frio no Centro-Sul do país. Uma condição típica de inverno na Região Sul. Essa condição mais úmida e fria irá se manter até pelo menos o fim do deste mês.
Ao que tudo indica, uma massa intensa de ar polar irá avançar pelo sul da Argentina, passando a atuar no Brasil neste fim de semana. Devido à sua trajetória continental, a magnitude da massa de ar frio não sofre grande alteração, se mantendo poderosa por mais tempo.
Intensidade e trajetória
Na próxima sexta-feira (25), o ar polar já começa a avançar pelo sul do Chile e da Argentina, com os ventos de sul já transportando o ar frio até o Rio Grande do Sul, condição esta que é mais evidente no sábado (26), quando uma frente fria atua sobre o estado de Santa Catarina.
No domingo (27), o sistema de alta pressão, a poderosa massa de ar polar, posiciona o seu núcleo sobre a Argentina com sua borda chegando até o estado do Mato Grosso e o ar gelado se espalhando por toda a Região Sul, estado de São Paulo e chegando até o sul do Rondônia.
No entanto, é na segunda-feira (28) que de fato a massa de ar polar atua com plenitude sobre o Centro-Sul do Brasil, com o seu núcleo sobre o estado do Rio Grande do Sul. O ar frio se espalha por boa parte do país e os ventos do sul transportam o ar gélido até o Acre e leste da Bahia.
Ao longo da semana a alta pressão se desloca para leste e nordeste derrubando as temperaturas no Sudeste e no leste do Nordeste. Essa influência se mantém até os primeiros dias de Julho.
Com a queda das temperaturas e forte intensidade do ar polar, que se espera, há potencial elevado para a formação de geada em boa parte da Região Sul e áreas mais elevadas da Região Sudeste, como no sul de Minas Gerais e na região da Serra da Mantiqueira em São Paulo.
O que está impulsionando o ar polar? Pode se tratar de uma onda de frio?
O principal fator que contribui e representa um indicativo de sobre a atuação de sistema frontais e de avanços de massas de ar frio pelo Centro-Sul do Brasil, é a Oscilação Antártica (AAO).
No gráfico com a projeção em linhas em vermelho, pode-se notar uma tendência negativa que corresponde a um aumento da umidade para os estados do Sul e, nesta época do ano, também para a incursão de massas de ar frio.
Mas há chance de ser a primeira onda de frio? Para responder a esta questão é preciso ter em mente que uma onda de frio se caracteriza pela ocorrência persistente de temperaturas abaixo da referência climatológica do período no período de pelo menos 6 dias.
Assim, ao se analisar a tendência das mínimas apresentadas no item anterior e a anomalia média para o período de transição para Julho, há a possibilidade de se tratar da primeira onda de frio do ano. No entanto, como é preciso um detalhamento maior da intensidade do evento, não é possível dar a certeza sobre essa caracterização. Portanto, seguimos acompanhando a evolução das projeções.