Acumulado nos próximos 7 dias: alerta de eventos extremos no Norte e no Sul do Brasil
Enquanto uma intensa massa de ar seco e quente inibe a formação de instabilidades no Brasil Central, os próximos 7 dias podem ser marcados por eventos extremos de chuva no Norte e no Sul.
Enquanto o padrão de bloqueio atmosférico persiste e uma intensa massa de ar seco e quente continua a predominar sobre a maior parte do Brasil, chuvas intensas e volumes bastante elevados são esperados nos extremos do país. O destaque desta semana fica por conta dos altos volumes no Sul e no Norte.
Recentemente foi falado sobre um rio atmosférico que tem transportado ventos quentes e úmidos desde a faixa mais ao norte do país até a região Sul, justamente um caminho que desvia da massa de ar seco no centro do continente, e obriga a umidade a fazer outro trajeto.
Um olhar geral sobre o Brasil
Para os próximos dias, espera-se que essa massa de ar seco persista sobre o centro brasileiro, o que impede ainda a ocorrência da chuva especialmente sobre o Sudeste, o Centro-Oeste e partes também do Nordeste como a Bahia principalmente, e até do Norte, como é o caso de Tocantins e Pará.
Apesar dessa intensa massa de ar seco, instabilidades conseguem se formar nos extremos brasileiros, ou seja, espera-se que a chuva caia sobre o Sul e sobre a faixa mais ao norte do país.
A semana já começou com o processo de formação de um ciclone na costa do Rio Grande do Sul, mas esse sistema vai se afastar rapidamente. No entanto, até o fim de semana, espera-se que duas frentes frias passem pela região Sul do Brasil, sistemas que vão se formar a partir de áreas de baixa pressão atmosférica no interior do continente e no oceano também.
Já no Norte do país, o que justifica a continuidade das chuvas e o potencial para volumes elevados até o fim de semana é a atuação da Zona de Convergência Intertropical, além do transporte da umidade feito pelo rio atmosférico.
Alerta de chuvas intensas no Sul
Para entendermos melhor o que esperar para o Sul do Brasil nos próximos dias, temos o mapa abaixo que mostra o volume total acumulado até o sábado (22) à noite com chuvas espalhadas por todo o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, chegando até partes do Paraná.
Vale ressaltar que grande parte desse volume já era esperado entre hoje e amanhã, cerca de 96 milímetros já foi registrado pelo INMET nas últimas 24 horas em Serafina Corrêa, no norte gaúcho.
Também já houve muita chuva em cidades como Torres no litoral e Cambará do Sul na região serrana do estado. Em Dionísio Cerqueira (SC) e em Planalto (PR) também já houve muita chuva nas últimas horas.
Somando o alto volume de chuva que já caiu nas últimas horas e o que ainda deve cair nos próximos dias, não se descarta o risco de transtornos em uma área abrangente da região Sul. Além dos elevados volumes, há risco de tempestades com ventos, trovoadas, descargas elétricas e até eventual queda de granizo.
Ao que tudo indica, a atmosfera estará mais instável e com maior potencial para uma grande densidade de raios na madrugada entre essa terça (18) e a quarta (19). Como o mapa acima mostra, a área que está mais propensa a ser atingida por vários raios é a região entre o litoral norte e a serra gaúcha.
Chuva volumosa atinge o Norte do Brasil
Além da região Sul, o Norte do Brasil também corre riscos nos próximos dias devido ao elevado volume de precipitação esperado até o sábado (22) à noite. Mais de 100 milímetros podem ser registrados até lá principalmente sobre o Amapá, Roraima e o norte do Amazonas.
Além dessas áreas, é possível notar que tem previsão de chuvas para o norte do Pará, inclusive com volumes que podem chegar aos 40 milímetros em Belém. Também há chuva prevista para o Acre, porém, com volumes menos elevados.
Apesar da chuva volumosa no extremo norte da região, o calor ainda deve continuar, o que mostra que são esperadas chuvas rápidas em forma de pancadas, intercaladas com períodos de melhoria e predomínio do sol. Até pode haver algum transtorno como pontos de alagamento em algumas cidades, mas nada que deva gerar grande preocupação por enquanto.
Enquanto isso, o tempo continuará bastante seco e quente entre Rondônia, sul do Pará e em todo o estado do Tocantins. Mesmo sem alerta de eventos extremos de chuva, são áreas que ficam sob risco de ar muito seco, baixos índices de umidade do ar e do solo, além do grande potencial para ocorrência de queimadas.