Alerta de elevado acumulado para o Sul do Brasil: volumes de chuva podem chegar aos 200 mm até a sexta-feira

Entre a quarta-feira e a sexta-feira, um cavado e o processo de ciclogênese provocam chuvas intensas na maior parte da Região Sul do Brasil. Os acumulados podem passar dos 170 mm em algumas localidades.

A partir desta quarta-feira (09), as chuvas se tornam mais volumosas em grande parte da Região Sul do Brasil devido à atuação de um cavado (área alongada de baixa pressão atmosférica) e à uma posterior ciclogênese.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu um alerta de ‘Perigo’ para tempestades no extremo norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sudoeste do Paraná, com chuvas entre 50-100 mm/dia, ventos de 60 a 100 km/h e queda de granizo. O aviso é válido a partir da manhã desta quarta-feira (09) até o início da manhã de quinta-feira (10).

De forma geral, até o final da sexta-feira (11) os volumes totais de chuva podem variar entre 60 milímetros (mm) e 170 mm sobre a metade norte do Rio Grande do Sul (RS), em praticamente todo o estado de Santa Catarina (SC) e no sudoeste do Paraná (PR). Contudo, valores mais expressivos, acima dos 170 mm, podem ser registrados em alguns pontos, como por exemplo, em Major Gercino, no leste de Santa Catarina, onde devem ser registrados 187,2 mm.

Intensidade das chuvas aumenta na sexta-feira

Nesta quarta-feira (09), a atuação do cavado que se estende pela Região Sul já está causando áreas de instabilidades no extremo norte do Rio Grande do Sul, no sul, centro e faixa oeste de Santa Catarina e no extremo sul do Paraná.

Segundo dados das estações do INMET, até às 14h desta quarta-feira (09) já foram registrados pelo menos 14,8 mm em Passo Fundo (RS), 14,8 mm em Lages (SC), 29 mm em Chapecó (SC), 79,5 mm em Planalto (PR) e 28,2 mm em Inácio Martins (PR).

Na quinta-feira (10), o cavado se intensifica e continua canalizando o calor e umidade do Norte do país para o Sul, provocando chuvas mais intensas e mais abrangentes, principalmente em localidades do norte do Rio Grande do Sul, na faixa leste de Santa Catarina e no sul do Paraná. Essas chuvas serão de moderada a forte intensidade e podem provocar alagamentos e inundações em diversas localidades. As rajadas de vento não serão intensas, não devendo ultrapassar os 40 km/h.

Os acumulados totais variam entre 40 mm e 120 mm, mas podem pontualmente ultrapassar esse valor, chegando a até 180 mm no extremo sudoeste do Paraná. Até o final da quinta-feira (10), serão esperados totais de 117,2 mm em Santo Ângelo (RS), 80,8 mm na capital Florianópolis, 104,7 mm em Chapecó (SC), 131,7 em Garuva (SC), 66,1 em Francisco Beltrão (PR) e 176,7 em São Miguel do Iguaçu (PR).

previsão de chuvas no Sul do Brasil
Previsão da precipitação acumulada (em milímetros) até a sexta-feira (11). São esperadas as chuvas mais expressivas no norte do Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no sudoeste do Paraná.

Já a partir da madrugada da sexta-feira (11), essa área de baixa pressão intensifica e se desloca para o oceano Atlântico, dando origem a um ciclone extratropical. Essa ciclogênese vai potencializar as chuvas, trazendo um risco de eventos mais intensos e volumosos, com trovoadas, que podem provocar alagamentos e inundações. Contudo, não há risco de fortes rajadas de ventos.

Com exceção de algumas áreas no oeste e sul do Rio Grande Sul, que devem ter chuvas abaixo dos 10 mm, as demais áreas da Região Sul do país devem ter acumulados variando entre 50 mm e 170 mm. Contudo, algumas localidades na região da Grande Florianópolis (SC) podem registrar valores acima disso, chegando até aos 180 mm, como por exemplo, em São João Batista (179,7 mm).

Nas capitais, as chuvas aumentam em relação aos dias anteriores. Em Porto Alegre, tem-se chances de pancadas e é previsto um acumulado de 22 mm. Em Florianópolis, os totais devem chegar a 126,8 mm e em Curitiba a 67,8 mm.

Se você mora em alguma localidade das áreas afetadas, fique atento às atualizações do tempo. Em caso de ser surpreendido, as recomendações das autoridades são: busque abrigo, só saia na rua se necessário, feche bem janelas e portas para evitar formação de correntes, e tenha atenção redobrada com árvores, postes e placas de sinalização que podem cair.