Atenção! Sudeste vai voltar a registrar um período de poucas chuvas e de muito calor a partir deste fim de semana

A região Sudeste tem sido duramente afetada por eventos extremos de chuva nessa reta final do mês de fevereiro. Uma atmosfera quente e úmida e um Atlântico também bastante aquecido tem sido a receita para a formação de nuvens carregadas e de grande porte, as quais têm despejado um alto volume de precipitação em diferentes partes da região.

Além de alagamentos, enchentes, deslizamentos de terra, desmoronamento de muros e casas, queda de árvores e de energia, esses eventos extremos de precipitação tem chamado a atenção nesta semana devido ao alto número de vítimas fatais na região. Só no estado do Rio de Janeiro foram ao menos oito mortes confirmadas com as últimas chuvas. Também teve morte em Aparecida no Vale do Paraíba, em São Paulo.

Os maiores acumulados atingiram e destruíram muitas áreas diferentes na região Sudeste nesses últimas dias, porém, as mais afetadas têm sido o leste de São Paulo, o sul de Minas Gerais e o Rio de Janeiro.

Aliás, o que chamou muito a atenção também nesta semana é que pouco mais de um ano após a tragédia em São Sebastião, as sirenes de evacuação foram acionadas de novo devido ao alto risco para desabamentos, o que deixou a população apavorada. No carnaval do ano passado, 64 pessoas morrem na Vila Sady após fortes deslizamentos de terra.

Eventos extremos darão uma trégua?

Mesmo sem nenhum grande sistema meteorológico formado no Sudeste, a expectativa para os próximos dias, em especial neste final de semana, ainda é de chuvas em forma de pancadas que podem ser fortes com ventos, trovoadas, descargas elétricas e até eventual queda de granizo.

Tudo isso porque a atmosfera continua bastante quente e úmida, o que é propício para o desenvolvimento das famosas cumulonimbus, ou seja, as nuvens de tempestade. Vale ressaltar que tem muita umidade sendo empurrada do oceano para o continente através da ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul).

Nesses próximos dias que marcam a reta final de fevereiro, a condição ainda é de tempo instável e chuvas espalhadas sobre quase todo o Sudeste, o que ainda causa apreensão nas áreas afetadas pelas últimas chuvas. De modo geral, ainda são esperados volumes elevados no leste do estado de São Paulo e na metade sul de Minas Gerais.

Apesar da continuidade das precipitações, o que mantém a preocupação para mais transtornos e prejuízos no Sudeste, a boa notícia é que são esperados menores acumulados comparados ao que já foi registrado nos últimos dias, o que não significa que os alertas ainda não sejam necessários. No leste de São Paulo, em especial, ainda existe potencial para um alto índice pluviométrico, com volumes que podem beirar a casa dos 90 milímetros no sul paulista.

Outro fato importante é salientar que as chuvas permanecerão espalhadas pela maior parte do Sudeste até este sábado (24), sendo um dia ainda de alerta. No domingo (25) está prevista uma boa diminuição de área com chuva, principalmente em Minas Gerais.

Na segunda-feira (26) as chuvas continuarão diminuindo em espaço e intensidade, algo que será ainda mais observado na terça (27) e na quarta (28), o que abre margens para maior predomínio de sol e de calor.

Falando em altas temperaturas, inclusive, uma condição de pré-frontal ganhará destaque na próxima semana ao gerar temperaturas máximas de até 40°C no Rio de Janeiro, o que está previsto para quarta-feira (28).

Período mais seco pode continuar até o início de março

Bom, já conferimos que a chuva tende a diminuir nos próximos dias pouco a pouco, o que reduz os riscos para novos extremos de precipitação por enquanto, mas será que isso vai durar muito tempo ou já existem novos alertas para o Sudeste?

Como a chuva vai embora já nesses próximos dias, principalmente a partir do início da semana que vem, o cenário que volta para o Sudeste é de irregularidades, com possibilidade ainda de algumas pancadas isoladas, mas também períodos de sol e calor entre o finalzinho de fevereiro e começo de março.

Nesse período de 26 de fevereiro até 04 de março, existe uma tendência de redução expressiva da umidade sobre todo o Sudeste, visto que há potencial para o retorno das chuvas no Sul do Brasil por conta do processo de formação de um ciclone extratropical que dará origem a uma nova frente fria passando pelos estados do Sul.

Porém, será um período curto de tréguas no Sudeste, pois a tendência é que essa frente fria avance e chegue ao Sudeste ainda no primeiro decêndio de março, gerando novas chuvas intensas e volumosas, ou seja, mais transtornos, prejuízos e quem sabe tragédias.