Baixa pressão deixa a Região Sul sob alerta de mais chuvas volumosas e temporais. INMET emite avisos de chuvas intensas
A semana começou com chuvas espalhadas pelo Sul do Brasil, algo que vai ganhar mais intensidade devido a formação de uma área de baixa pressão e uma nova frente fria.
Após dias de sol e calor intenso no Sul do país, em especial no Rio Grande do Sul por conta de uma massa de ar seco, o tempo mudou de forma brusca no último final de semana, quando uma frente fria passou rapidamente pela região e gerou um tempo severo com alto volume de precipitação.
Os estragos foram enormes em algumas localidades como, por exemplo, em Santa Catarina, onde cidades decretaram situação de emergência com episódios de inundações. Neste domingo (25), a cidade de Araquari fez o decreto após registrar cerca de 283 milímetros nas últimas 48 horas, os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).
As últimas 48 horas foram dramáticas também em partes do Rio Grande do Sul como na cidade de Taquari que registrou 152 milímetros e partes do Paraná, em especial no litoral como na cidade de Paranaguá que registrou 136 milímetros. Ambas as cidades registraram transtornos com alagamentos e deslizamentos de terra.
Formação de baixa pressão atmosférica
Ainda que a última frente fria já tenha se afastado, a semana começou com mais alertas sobre o Sul do Brasil, visto que existe o somatório de várias instabilidades em diferentes níveis da atmosfera, como o jato subtropical passando pelo sul e leste gaúcho, o jato de baixos níveis (JBN) levando ventos quentes e úmidos do Norte para o Sul do país e, principalmente uma área de baixa pressão atmosférica que ganhará maior destaque no final do dia.
Ao longo desta segunda-feira (26) chuvas já estão sendo registradas no sul e campanha gaúcha, inclusive com núcleos intensos e nuvens extremamente carregadas por chuvas e raios, as famosas cumulonimbus, algo que deve continuar avançando nas próximas horas até atingir todo o Rio Grande do Sul e depois Santa Catarina.
Amanhã, terça-feira (27) os dois estados ficam em alerta para volumes elevados e temporais com ventos em torno de 70km/h, trovoadas, descargas elétricas e eventual queda de granizo. Como algumas cidades já foram afetadas no final de semana e o nível dos rios continua elevado, há grande potencial para novos transbordamentos e inundações.
O maior volume de chuva está previsto para o sul gaúcho devido à maior proximidade com o sistema de baixa, mas vale ressaltar que todo o Rio Grade do Sul e a maior parte de Santa Catarina podem registrar volumes elevados principalmente até a terça-feira à noite, não se descartando o risco para transtornos e prejuízos.
Entre a terça à noite e a quarta-feira (28) o sistema até passa pelo Paraná e provoca algumas pancadas de chuva, deixando principalmente o leste do estado em alerta para volumes expressivos, mas inferiores quando comparados ao Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Sistema vai embora, mas chuva continua
A partir de meados da semana, a tendência é que o centro de baixa pressão atmosférica avance para costa do Sudeste, o que abre brechas para uma melhora no tempo no Sul, porém, algumas pancadas de chuva tendem a persistir sobre os três estados, mesmo que de maneira mal distribuída.
O que vai acontecer é que mesmo com o sistema já na altura do Sudeste, haverá resquícios de umidade associada a uma área de baixa pressão atmosférica no interior do continente, sistema que será capaz de gerar novas chuvas na quinta (29) e na sexta, primeiro de março.
Enquanto isso acontece, uma nova frente fria até passa pelo Sul do país, mas de maneira costeira e logo será afastada por uma área de alta pressão atmosférica que será a responsável pelo maior predomínio do sol no sábado (2).
No domingo (03) a tendência é de novas mudanças bruscas no tempo com a chegada de uma outra frente fria, mas que vai avançar de forma bem rápida pela região, isso porque outro sistema vem logo na retaguarda com tendência de atingir o Rio Grande do Sul ainda na quarta-feira (06), ou seja, um começo de março com uma sequência de frentes frias.
Apesar do registro ainda de alguns eventos extremos de precipitação, nota-se um avanço mais rápido dos sistemas e chuvas bastante irregulares, o que está associado com o enfraquecimento do fenômeno El Niño no Pacífico Equatorial. O Sul do Brasil já deve se preparar para um corte das chuvas nos próximos meses.