Cheia histórica na Região Sul e seca no Nordeste! O fenômeno El Niño vai seguir influenciando o clima no Brasil?
Extremos no Brasil: chuva intensa na Região Sul e seca nas regiões Norte e Nordeste! Qual será o prognósticos para Novembro e Dezembro? O El Niño ainda tem forças para atuar?
No último final de semana, as chuvas intensas atingiram a região Sul do Brasil, principalmente o estado do Paraná! Pelo menos 10 cidades do Paraná registraram mais de 100 mm no sábado (28), em alguns municípios choveu em apenas um dia mais da metade da média histórica registrada durante todo o mês de outubro.
Maiores acumulados de precipitação em 24 horas (29/10):
- Laranjeiras do Sul (PR): 204,4 mm
- Dois Vizinhos (PR): 190 mm
- Inácio Martins (PR): 140 mm
- Foz do Iguaçu (PR): 134,8 mm
- Irati (PR): 119 mm
- Dionísio Cerqueira (SC): 100,8 mm
- Campina da Lagoa (PR): 98 mm
- Castro (PR): 90 mm
- Itapoá (SC): 89 mm
- Caçador (SC): 80,6 mm
- Colombo (PR): 79,8 mm
As chuvas no Paraná mudaram completamente o cenário das Cataratas do Iguaçu. Devido a grande quantidade de água, a principal passarela próxima às quedas, está fechada desde o domingo (29).
Normalmente, a vazão é de 1,5 milhão e na última segunda-feira (30) aumentou 16 vezes, alcançando um fluxo de mais de 24 milhões de litros de água por segundo! Durante a terça-feira (31), o nível da água baixou para 18,3 milhões, mas ainda continua muito acima da normalidade.
A Copel afirmou que a grande quantidade de precipitação, desde o início do mês, também resultou na abertura dos vertedores das seis usinas ao longo do leito do Rio Iguaçu, o que também impactou diretamente na vazão das Cataratas do Iguaçu.
Não apenas o Paraná, mas outros estados também vem sofrendo com a chuva. Em Santa Catarina, a vazão gerada pelas chuvas fortes provocou a cheia de diversos rios e diversos pontos de alagamento. E no Rio Grande do Sul, também houve diversos pontos de alagamento, e registros de queda de granizo em municípios do estado.
O fenômeno El Niño ainda terá forças para manter esse padrão nos próximos meses?
Condições características do fenômeno El Niño continuam a ser observadas no oceano Pacífico equatorial, que começou a apresentar seus primeiros sinais no mês de fevereiro, quando surgiram anomalias positivas de temperatura próximas à costa oeste da América do Sul.
Assim, segundo o prognóstico do modelo ECMWF, condições mais úmidas do que o normal são previstas no centro-sul do país, principalmente entre o noroeste do Rio Grande do Sul, oeste de Santa Catarina, centro-sul de Mato Grosso do Sul e grande parte do estado do Paraná e São Paulo.
Ou seja, entre a região Sul, grande parte de MS, SP e MG, o modelo indica maior probabilidade de chuva acima da média. Por outro lado, são esperadas chuvas abaixo da faixa do normal entre o leste, centro e faixa norte do Brasil.
Já na porção central do Brasil, o período é de transição! Mas o que isso significa? Quer dizer que não se descartam episódios de chuva expressiva em algumas localidades durante o trimestre Novembro-Dezembro-Janeiro, principalmente em meados do mês de dezembro.
O reservatórios da Região Nordeste podem ficar abaixo da média?
Na região Nordeste, os meses de outubro a dezembro são considerados como período seco, sem ocorrência significativa de chuvas. Além disso, a presença do El Niño está associada à chuvas e vazões abaixo da média na região Nordeste.
Nesse período, devido às temperaturas mais elevadas, os reservatórios sofrem perdas por evaporação que podem prejudicar aqueles reservatórios de menor porte e atingir situações críticas.
Atualmente, segundo o Monitor de Secas do mês de setembro, na Região Nordeste houve o avanço da seca fraca em todos os estados e da seca moderada no Piauí e na Bahia. Além disso, foi observado o agravamento da seca, que passou de fraca para moderada na Bahia, Sergipe, Maranhão e Piauí. E na Região Norte, devido aos impactos observados, houve o agravamento da seca no centro do Amazonas, que passou de fraca para grave.
Espera-se que a atuação do El Niño ganhe força até dezembro e intensifique o déficit de chuva sobre o norte do Nordeste, uma vez que o Atlântico Norte continuará aquecido, o que contribui para a seca.