Chuvas podem voltar a ocorrer no Brasil Central em agosto: pequeno alívio na seca e do calor intenso
Uma mudança de padrão está prevista para meados de agosto sobre o Brasil Central, o que será um alívio frente a seca prolongada e o calor extremo. A tendência é de retorno das chuvas.
É fato que o clima predominantemente seco e muito quente tem se destacado sobre o Brasil central há meses consecutivos, o que tem deixado rastros especialmente quando se trata de queimadas e baixos índices de umidade relativa do ar, ambos muito preocupantes inclusive para a saúde da população.
Sobre as queimadas, o acompanhamento diário do INPE nos mostra números crescentes dos focos registrados no país. Das cinco regiões, três registraram um aumento expressivo comparado ao mesmo período do ano passado, que são: Norte, Centro-Oeste e Sudeste.
O estado de Mato Grosso ocupa o 1° lugar no ranking nacional dos focos de incêndios com um total de 10.233 de janeiro até agora, sendo que somente nesse mês de julho foram registrados 1.435 focos, e o mês ainda nem acabou. O aumento tem sido resultado da seca prolongada e da intensa onda de calor.
Quando o padrão vai mudar
Bom, sobre a falta de chuva, calor acima do normal nesse inverno e aumento das queimadas, todo mundo está ciente, então a pergunta é, claro: quando o padrão vai mudar?
Existe possibilidade para um rompimento do bloqueio atmosférico na virada do mês de julho para agosto, o que até então, deve permitir o avanço de novas frentes frias e a mudança do padrão seco para um período relativamente mais úmido, o que será um alívio. Mas será que isso vai atingir realmente a central do Brasil?
As simulações mais recentes do modelo europeu ECMWF apostam na mudança de padrão logo na virada do mês, quando uma frente fria se formar e avançar pela região Sul de forma continental, ou seja, chuvas mais espalhadas sobre o interior dos estados.
Os mapas acima mostram essa tendência de mudança de padrão no período entre 29 de julho e 05 de agosto, um período em que vimos no vídeo mostrado anteriormente que já existe possibilidade para algumas pancadas de chuva sobre o Centro-Oeste entre os dias 4 e 5 de agosto. Mas de modo geral, ainda chuvas isoladas e sem altos acumulados
Por mais que logo no comecinho do mês já haja uma possibilidade para algumas pancadas de chuva no Centro-Oeste, a umidade será insuficiente para reverter o déficit hídrico, principalmente porque as chuvas serão muito pontuais em Mato Grosso e Goiás. Em Mato Grosso do Sul, as instabilidades podem se espalhar mais, mas ainda não será de fato o período úmido aguardado.
No período entre 5 e 12 de agosto, o modelo ECMWF aposta em chuvas mais abrangentes sobre o centro do país como mostra o mapa abaixo, as áreas em verde representam a anomalia positiva de precipitação, ou seja, áreas que tendem a receber a umidade gerada pela passagem da frente fria e outros sistemas meteorológicos que podem alimentar as chuvas.
Nota-se que a mudança de padrão pode ocorrer em todo o estado de Mato Grosso do Sul, boa parte de Goiás, pode chegar ao Distrito Federal e a grande parte de Mato Grosso também. A tendência é que as pancadas de chuva se espalhem, o que será de certa forma um grande alívio.
Porém, vale ressaltar que ainda é muito cedo para falar em retorno do período úmido sobre o centro do Brasil, será um episódio isolado, um período com maior possibilidade de chuvas e redução do calor excessivo sobre o Centro-Oeste, mas essas chuvas não terão continuidade durante a segunda quinzena de agosto, o que torna o cenário ainda muito incerto para a chegada da primavera posteriormente.