Ciclone com trajetória incomum e chuvas volumosas no centro-norte
A formação de um ciclone contribui para a organização da umidade no centro-norte do país e para chuvas volumosas. Uma curiosidade seria a possibilidade de características subtropicais do ciclone. Confira!
No decorrer da próxima semana, mais eventos de chuvas volumosas estão previstos para o centro-norte do país, incluindo a porção norte do Sudeste e, principalmente, as regiões Norte e Nordeste. Esse cenário é favorecido pela formação de um ciclone entre as regiões Sul e Sudeste que contribui para a organização da umidade nestas áreas.
No entanto, o que também chama a atenção é a estrutura do ciclone, que pode adquirir características subtropicais, e a sua trajetória não muito comuns para esta época do ano.
Evolução do ciclone e suas características
A partir da terça-feira (07), uma região de cavado começa a aprofundar (intensificar), dando origem para uma baixa pressão que evolui no restante da semana para um ciclone. Este sistema do meio até o fim da sua vida, traz um visual bastante simétrico e com núcleo mais aquecido, ou seja, características classificadas como subtropicais. Até o momento, este ciclone nasce como extratropical, com núcleo mais frio, e termina seu ciclo com as características subtropicais.
A projeção do modelo GFS mostra bem essa evolução e um sistema pouco intenso, com pouco aprofundamento, ou seja, mais raso com uma baixa taxa de queda de pressão da borda até o centro.
A trajetória do sistema se inicia na altura do Rio de Janeiro e de São Paulo e termina bem mais ao sul, próximo do Rio Grande do Sul. Momento este, que deve ocorrer por volta do fim de semana. Vale ressaltar que esta trajetória é pouco comum. Na maioria dos casos, os ciclones se deslocam para leste, nordeste e sudeste, dependendo de onde se originam.
Há potencial para ventos intensos?
Por se tratar de um sistema pouco profundo, ou seja, não tão intenso, e por atuar mais afastado do continente ao longo da sua trajetória, não há potencial para a ocorrência de ventos intensos que deixem algum tipo de alerta para transtornos.
No entanto, uma mudança no padrão de escoamento e uma persistência de ventos de leste/sudeste será observada gradativamente a partir de terça-feira (07) desde o Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Assim, a intensidade máxima das rajadas de vento não deve passar dos 65 km/h, ou seja, não há razão para alardes.
Precipitação abundante e risco de transtornos
Com o processo de formação do ciclone, há a organização da umidade na porção centro-norte do país e o potencial para chuvas intensas aumenta. O sul da Bahia, norte e leste de Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro e, principalmente o Espírito Santo, possuem alerta para chuvas de moderada a forte intensidade. No território baiano e capixaba, a situação é mais séria por conta da persistência dos eventos de chuva volumosa até pelo menos o fim da semana, tratado com mais detalhes pela meteorologista Amanda Souza.