Ciclone Subtropical pode se tornar uma Tempestade Tropical já neste domingo. Confira a previsão e os reais riscos

Ciclone subtropical vai continuar na próxima semana com sua trajetória um pouco mais próxima da costa. Quais os riscos potenciais deste sistema? Há a possibilidade de se tornar uma tempestade tropical e tocar o continente? Saiba aqui.

O destaque das previsões nos últimos dias vem sendo a atuação de um ciclone subtropical próximo a costa do Brasil, trazendo muita expectativa em relação a sua trajetória e evolução para uma tempestade tropical.

Aqui na Meteored Brasil trouxemos uma primeira previsão apontando os riscos da atuação desse sistema e a sua evolução. Agora trazemos uma atualização, que aponta para uma pequena aproximação da trajetória em direção a costa do Brasil. Além disso, a previsão quanto à evolução estrutural também sofreu mudanças, diminuindo a possibilidade de se tornar uma tempestade, mas mantendo a sua estrutura tropical. A seguir trazemos essa atualização e o potencial de riscos.

Ciclone Subtropical pode evoluir para Tropical

Antes de apontar os riscos é necessário averiguar a “nova” trajetória do ciclone subtropical e sua evolução estrutural, ou seja, se de fato vai se tornar uma tempestade tropical. Para isso, trazemos os diagramas da sua evolução estrutural segundo o modelo GFS.

Há a possibilidade do Ciclone Subtropical adquirir uma estrutura Tropical já neste domingo.

O primeiro diagrama se trata da simetria e da condição térmica do núcleo do ciclone. Ciclones subtropicais são considerados sistemas híbridos que possuem características extratropicais e tropicais, e por assim serem, são mais difíceis de prever a sua evolução com mais precisão, necessitando uma atualização diária. Sua estrutura é assimétrica como dos ciclones extratropicais, mas possui um núcleo quente, como os sistemas tropicais e, assim, não existe uma frente fria associada ao sistema.

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Diagrama de previsão da estrutura do ciclone quanto a sua simetria e condição térmica.

Segundo o diagrama de previsão, que mostra também a trajetória do sistema, o ciclone continua ao longo de toda a sua vida (estágio Z) com a possibilidade de adquirir uma estrutura tropical, simétrica e quente. No entanto, o diagrama mostra também uma baixa “intensidade” dessa configuração, diminuindo a probabilidade dessa estrutura.

O segundo diagrama nos traz também a condição térmica do sistema, mas combinada com a profundidade, ou seja, se trata de uma baixa pressão intensa ou não. Segundo o diagrama, o ciclone não será muito intenso, mas isso não descarta o potencial de ser uma tempestade.

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Diagrama de previsão da estrutura do ciclone quanto a sua profundidade e condição térmica.

Em resumo, a previsão nos traz um sistema com probabilidade de se tornar tropical, mas uma baixa pressão pouco intensa. A sua trajetória não traz riscos para a costa do Brasil, principalmente das regiões Sul e Sudeste.

A Marinha do Brasil traz previsão para Tempestade Tropical

Caso seja confirmado o sistema como tempestade, independente da estrutura subtropical e tropical, o ciclone entrará para o Hall dos Ciclones Subtropicais/Tropicais, que pode ser conferido no site da Marinha do Brasil, e trará o nome de Akará.

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Marinha do Brasil emitiu Aviso Especial prevendo a evolução do ciclone subtropical para uma tempestade tropical. Fonte: Marinha do Brasil

Segundo a Marinha do Brasil, por volta da tarde deste domingo (18), o ciclone subtropical pode evoluir para uma tempestade tropical, com ventos de máximos sustentados de 40 a 45 nós, ou seja, de 74 a 83 km/h. Assim, não há risco de ser um furacão, no qual os ventos tem que superar os 119 km/h.

O ciclone subtropical/tropical se mantém até o meio da semana

As associação de chuvas intensas e de tempestades no Brasil por conta da presença do ciclone não estão totalmente corretas. O sistema ajuda sim no transporte de umidade para o leste da Região Sul e para a convergência de umidade sobre o centro-leste do Brasil.

No entanto, a potencialização das chuvas acontece pela presença do Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN) entre o Sudeste e o Nordeste. Assim, há alertas de chuvas intensas e para o risco de tempestades sobre o centro-norte do Brasil, incluindo o Centro-Oeste e o Norte, em virtude da também presença da Alta da Bolívia.

Na Região Sul, o ciclone só contribui para o transporte de umidade para o leste do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná, com chuvas ocorrendo com fraca intensidade e no máximo de forma moderada.

No entanto, nas áreas do oeste, há alertas de chuvas intensas e de tempestades, que estão associadas a uma baixa pressão entre o Paraguai e o Mato Grosso do Sul.

O ciclone mantém a sua trajetória afastada da costa do Brasil, não trazendo potencial para transtornos. Não há possibilidade de o sistema tocar o continente.