Clima de julho: tempo severo, geadas e calor de 40°C em pleno inverno
Julho começou e traz expectativas de temperaturas elevadas em pleno inverno, de massas de ar polar intensas, de geadas e também de mais eventos de tempo severo. Pode ser um mês meteorologicamente interessante e cheio de extremos.
O inverno de 2022 até o momento vem se comportando como o esperado para a estação para boa parte do país, com o registro de temperaturas baixas no centro-sul, chuvas na Região Sul e tempo seco no centro-norte.
No entanto, condições extremas também foram registradas, com chuvas volumosas no leste do Nordeste e na Região Sul, na qual também ocorreram intensas tempestades. Além disso, precipitação de fraca a moderada intensidade atingiram parte do Sudeste, onde nesta época do ano não é muito comum ocorrerem chuvas.
O mês de julho promete manter o padrão de inverno durante boa parte dos dias, com a atuação de massas de ar polar e chuvas no centro-sul. No entanto, esses eventos podem ocorrer de forma intensa proporcionando geadas abrangentes e tempestades severas.
Calor de quase 40°C, frio intenso e geadas
As anomalias de temperatura do modelo ECMWF para as quatro semanas do mês apontam um padrão bastante interessante, principalmente na primeira quinzena.
Na primeira semana, intensas anomalias positivas trazem a expectativa de um período bastante quente entre 04 e 11 de julho, proporcionado pela atuação de um bloqueio atmosférico. Ao analisarmos as temperaturas máximas projetadas para o período, as máximas ficam próximas dos 30°C em várias regiões do Sul do Brasil e passam facilmente desse limiar, chegando próximos dos 40°C no Centro-Oeste e em parte da Região Norte.
Já nas semanas seguintes as anomalias já são menos intensas, no entanto, quando tratamos de um mês frio, como julho, e há sinais de condições mais frias expressas pelas anomalias negativas, há potencial para eventos intensos de frio.
A previsão de curto prazo do modelo ECMWF prevê até 10 dias à frente e ainda não conseguimos enxergar o padrão de temperatura na segunda semana. No entanto, o modelo GFS prevê até 15 dias e, aí sim, é possível detectar uma intensa massa de ar polar por volta do dia 12. Até o momento, há potencial para temperaturas negativas em boa parte da Região Sul, o que traz elevado risco para formação de geadas abrangentes no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná.
Na segunda quinzena do mês, há a expectativa de manutenção do frio, mas ainda não se pode afirmar que uma intensa massa de ar polar irá atuar. De qualquer forma, o calor será passageiro e, na maior parte dos dias, as temperaturas seguirão um padrão esperado de inverno.
Chuvas no centro-sul e com potencial de tempo severo
Como já sabemos, um bloqueio atmosférico se estabeleceu e deve perdurar até a segunda semana de julho, quando uma intensa massa de ar polar pode começar a avançar pelo centro-sul do Brasil.
No entanto, um sistema frontal deve atuar também e, em virtude do intenso contraste térmico, há potencial para novos episódios de tempo severo na Região Sul durante a segunda semana do mês, que incluem intensas tempestades e queda de granizo. Chuvas intensas já podem ocorrer no Rio Grande do Sul entre os dias 05 e 06. No Sudeste e Centro-Oeste, há potencial para novos eventos de precipitação durante a estação seca.
Para a segunda quinzena do mês, o potencial diminui, mas chuvas ainda podem ocorrer na Região Sul e em parte dos estados do Mato Grosso do Sul e de São Paulo. Já para o fim do mês, um padrão mais seco pode se estabelecer, no entanto, é muito cedo para apontar algum tipo de bloqueio atmosférico, ainda mais que o padrão de anomalia de temperatura não corresponde ao desta transição de mês.