Clima no Nordeste: chuvas abrangentes e expressivas já começam em outubro!

O primeiro mês da primavera encerrou sem grandes volumes de chuvas significativos. O modelo ECWMF indica anomalias de precipitação positiva para porções isoladas da região nordeste.

Períodp úmido no Nordeste
O período úmido no Nordeste Brasileiro pode iniciar antes do normal, por volta de meados de outubro

O primeiro mês da primavera foi marcado por chuvas frequentes no centro sul do país, associadas principalmente a sistemas frontais atuantes na região. Mas e no nordeste do país, como fica a previsão para o próximo mês de outubro?

Diferente das demais regiões do país, o Nordeste não possui tanta variabilidade de temperatura e precipitação em curto período de tempo, devido à sua localização na porção equatorial.

Em setembro, não foram observados grandes volumes de chuva, justamente pela primavera ser uma estação de transição do inverno. A expectativa é de que, no decorrer da estação haja o aumento gradual da disponibilidade de umidade e calor, facilitando a formação de nuvens.

As chuvas abrangentes e expressivas já começam em outubro

Segundo o mapa de anomalia de precipitação do modelo ECMWF, a primeira quinzena de outubro terá chuvas dentro da normalidade da climatologia na porção semiárida, e terá volumes significativos na porção leste da região, entre os estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Paraíba.

Já para a segunda metade do mês, as chuvas se distribuem melhor por praticamente todo o Nordeste, com possibilidade de chuvas expressivas no interior da Região. Realmente, os período úmido irá começar com quase um mês de antecedência..

ECMWF
Anomalia de precipitação segundo o modelo ECMWF para a primeira quinzena de outubro (mapas de cima) e para a segunda metade (mapas de baixo).

Com relação à temperatura, a tendência é de que as temperaturas se mantenham dentro ou acima da média conforme o mês avança e nas primeiras semana do verão.

Além disso, de acordo com o modelo, os volumes de chuvas permanecem dentro da média climatológica na maior parte do nordeste, com exceção do litoral da Bahia, em que espera-se pancadas de chuvas de forma isolada, associadas a anomalia positiva de precipitação.

La Niña e Oceano Atlântico aquecido contribuem para as chuvas no Nordeste

O fenômeno climático La Niña foi confirmado pelo terceiro ano consecutivo pela Agência Australiana de Meteorologia, em um anuncio que terá implicações nos padrões climáticos globais nos próximos meses.

O La Niña está previsto para ser de intensidade fraca a moderada, com pico durante a primavera e diminuindo gradativamente durante o verão austral.

Este evento está relacionado com um resfriamento em larga escala das temperaturas da superfície do oceano Pacífico. Desse modo, a La Niña está geralmente associada a condições mais úmidas em algumas partes do mundo e mais secas em outras.

Além disso, o aquecimento da superfície oceânica do Atlântico Tropical, próxima ao nordeste, também favorece o transporte de umidade para o interior do continente. Este fator contribui para anomalias positivas de precipitação na porção leste do nordeste.

De acordo com a projeção climática, a combinação destes dois fatores oceânicos: La Niña e o aquecimento do Atlântico Tropical, podem antecipar o período úmido da região Nordeste para o mês de outubro.

De modo geral, a precipitação na região Nordeste deverá permanecer dentro e acima da média climatológica, com a antecipação do período úmido e os eventos de precipitação mais abrangentes e expressivos já em outubro, com maior possibilidade durante a segunda quinzena do mês.