Clima seco e quente deixa 39 cidades do sertão da Paraíba em alerta. Chuvas podem trazer alívio em dezembro!
O clima tem castigado muitas cidades do sertão de Pernambuco sob influência do fenômeno El Niño, que além de gerar uma longa seca, tem deixado as temperaturas muito elevadas.
A falta de chuva e o calor excessivo tem sido grande preocupação na região Nordeste do Brasil sob efeito do fenômeno El Niño que continuou ganhando intensidade dos últimos meses para cá. A longa seca tem gerado um clima hostil para os moradores do sertão e agreste nordestino, e a principal preocupação é a saúde devido ao calor extremo e os baixos índices de umidade relativa do ar.
A falta de chuva, no entanto, traz diversas outras preocupações como a morte de lavouras, o que impacta diretamente a agricultura familiar do sertão, além claro, do baixo nível dos rios e reservatórios de água na região. Na cidade de Floresta no Pernambuco, já são 141 dias de seca extrema, sem o registro de chuva com volume de pelo menos 3 milímetros. Em Garanhuns, também no estado pernambucano, o número é ainda mais alto, com uma estiagem contabilizada de 163 dias segundo dados do Sistema de Informação sobre Secas para a América do Sul (SISSA).
Segundo o Centro de Previão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/INPE), o mês de novembro está fechando com chuva abaixo da média em praticamente todo o Nordeste, algo que também aconteceu em outubro e setembro de 2023. Quanto mais o El Niño foi ganhando força, mais a seca ficou evidente nos estados nordestinos.
Clima excessivamente seco e quente na Paraíba
Devido à falta de chuva prolongada e as altas temperaturas registradas nos últimos dias, o INMET emitiu um alerta nesta segunda-feira (27). O alerta é válido para 39 cidades do sertão da Paraíba, cidades afetadas pela baixíssima umidade relativa do ar, ficando entre 30% e 20%. Além dos danos à saúde, o Instituto Nacional de Meteorologia alertou sobre a grande possibilidade de incêndios florestais por conta da vegetação muito seca e o calor intenso.
Em dias secos e muito quentes, é importante manter a hidratação e evitar a exposição direta ao sol, algo que fica quase impossível para os tantos trabalhadores rurais, a região é fica em agricultura familiar, mas os danos do El Niño estão atingindo as lavouras e gerando muitas perdas e prejuízos. Hortaliças são as mais afetadas, e isso muda o preço da comida na mesa de muitas famílias.
O alerta de clima seca se estende também para outros estados, inclusive, praticamente todos do Nordeste, uns mais e outros menos. Os estados mais afetados em tamanho de área serão Bahia, Piauí, Ceará e Pernambuco, mas o oeste do Maranhão, por exemplo, também entra nesse aviso de seca e calor.
Confira a lista das 39 cidades listadas no alerta do INMET:
- Aguiar
- Bernardino Batista
- Boa Ventura
- Bom Jesus
- Bonito de Santa Fé
- Cachoeira dos Índios
- Cajazeiras
- Carrapateira
- Conceição
- Curral Velho
- Diamante
- Ibiara
- Igaracy
- Itaporanga
- Joca Claudino
- Manaíra
- Marizópolis
- Monte Horebe
- Nazarezinho
- Nova Olinda
- Pedra Branca
- Piancó
- Poço Dantas
- Poço de José de Moura
- Princesa Isabel
- Santa Helena
- Santa Inês
- Santana de Mangueira
- Santana dos Garrotes
- São João do Rio do Peixe
- São José da Lagoa Tapada
- São José de Caiana
- São José de Piranhas
- São José de Princesa
- Serra Grande
- Sousa
- Tavares
- Triunfo
- Uiraúna
Um dezembro diferente: tem chuva vindo aí
Após meses com chuvas irregulares e abaixo da média climatológica, dezembro se aproxima com esperança de mudanças no padrão. A chuva pode avançar mais pelo Brasil ao invés de ficar apenas concentrada na região Sul, que diferente do Nordeste está sofrendo com inundações. Dezembro pode ser marcado por chuvas mais abrangentes, mas será que isso vai acontecer com frequência?
Nessa reta final de novembro, algumas pancadas de chuvas já podem ser registradas em partes do Nordeste por influência do Vórtice Ciclônico de Altos Níveis, o famoso VCAN. Mas de modo geral, ainda serão pancadas rápidas, mal distribuídas e irregulares, sendo que a maior parte da região Nordeste ainda ficará seca. Mas isso vai mudar.
Durante a primeira semana de dezembro, as chuvas avançarão mais pelo centro-sul do Brasil junto com uma frente fria, que vai receber o suporte de instabilidades em outros níveis da atmosfera, ou seja, o padrão vai mudar depois que as chuvas não ficarem apenas concentradas no Sul, mas sim avançarem mais até o Norte e Nordeste. Até o dia 11 de dezembro, a chuva ainda ficará abaixo da média para o período entre a Bahia, Sergipe, Alagoas e até partes de Pernambuco, mas na metade norte da região nordestina, a chuva já será mais intensa e abrangente.
O clima vai mudar de fato na segunda semana de dezembro, entre os dias 11 e 18, com tendência até mesmo de anomalia positiva de precipitação, com chuvas mais expressivas de novo devido a formação de um corredor de umidade embalado por uma frente fria que vai atuar no oceano na altura da Bahia. Dessa vez, a metade sul nordestina também será beneficiada pela maior umidade gerada.
Chuva no fim de ano no Nordeste
Com a aproximação do fim do ano, muita gente já começa a questionar se o clima vão ajudar nas festividades. Aliás, a região Nordeste sempre é um dos pontos turísticos mais procurados para o fim de ano com tantas festas famosas de Réveillon. Depois de meses mais secos na primavera, o verão já deve começar com chuvas mais abrangentes no Nordeste, algo que inclusive, pode acontecer com maior frequência no finalzinho de 2023, ou seja, um pouco antes do Natal e também até o Revéillon.
Pipa, no Rio Grande do Norte, é um dos locais mais procurados e pode ter um fim de ano mais úmido com volumes expressivos, principalmente comparado ao que caiu até o momento. Falando de Paraíba, João Pessoa também tende a receber mais chuva perto do Natal e do Réveillon.