Como serão os próximos 15 dias de Julho?
Uma mudança de padrão está em vista para os próximos 15 dias e deve iniciar a partir dos próximos dias. Saiba qual o padrão climático para a segunda metade do mês e o que está por trás dessa mudança.
A primeira quinzena de Julho foi caracterizada por chuvas frequentes e volumosas na Região Sul, com acumulados, superando o esperado para o mês, em até aproximadamente 200 mm no norte do Rio Grande do Sul e no sul de Santa Catarina.
Além das chuvas intensas, o Sul também foi palco de um evento extremo e generalizado caracterizado, na transição dos meses de Junho para Julho, pelo avanço de uma intensa linha de instabilidade pelos 3 estados da Região, que resultou em intensas rajadas de vento que atingiram valores máximos de aproximadamente 130 km/h.
Em relação às temperaturas, houve um aumento de frequência da incursão de massas de ar polar pelo Centro-Sul do país, o que favoreceu dias de muito frio, sendo o mais marcante, o episódio após linha de instabilidade e ciclone “bomba”, cuja intensa massa de ar frio que derrubou as temperaturas no Sul, anteriormente, contribuiu para o congelamento no sul da Argentina.
No entanto, esse padrão mais úmido e frio está por mudar devido a contribuição das oscilações de Madden-Julian (MJO) e Antártica (AAO).
As oscilações Antártica e de Madden-Julian
O clima das últimas semanas vem sendo influenciado pela AAO, com destaque para a intensa tendência negativa que contribuiu para o aumento do frio e da precipitação no Centro-Sul. Assim, para as próximas semana se espera um comportamento oposto do índice, contribuindo para um deslocamento mais para sul dos sistemas de baixa pressão.
Já a MJO, nota-se uma atuação mais intensa de uma fase de subsidência, representada pelas manchas avermelhadas no mapa. Essa condição, para esta época do ano, favorece a aproximação da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) em direção ao Brasil.
As duas oscilações combinadas contribuem para o padrão mais seco e quente no Centro-Sul e mais úmido no leste do Nordeste. Mas será que o modelo CFSv2 está “enxergando” essas condições? É o que vemos a seguir.
Precipitação e temperatura nos próximos 15 dias
O modelo CFSv2 é uma boa ferramenta para determinar uma condição média de até 3 meses, estando sujeito à inconsistências como qualquer modelo climático. No entanto, quando há elementos climáticos influentes e, no momento, bem resolvidos, como a AAO e a MJO, essas inconsistência tendem a serem menores ou de mais fácil julgamento.
Pelo que vemos nos mapas de previsão de anomalias de precipitação e temperatura, há um comportamento muito próximo do esperado, com chuvas mais concentradas na faixa leste do país e tempo mais seco na Região Sul, representado pelas manchas verdes e amareladas, respectivamente. É importante ressaltar que um padrão mais seco não representa uma ausência completa de chuva, mas sim mais dias de tempo seco, podendo haver um episódio ou outro de precipitação.
Em relação às temperaturas, as anomalias positivas, condição mais quente, predomina na Região Sul em ambas as semanas, o que representa uma maior atuação do escoamento de norte. Para o Nordeste e Norte, durante a última semana, há o indício de uma condição mais fria, que pode ser indicar o avanço de massa de polar mais oceânica, cujo ar frio é transportado para essas regiões por vários dias.