É assim que vai chover no Nordeste nos próximos 5 dias: chuva concentrada no litoral e modelo prevendo mais 170mm
A chuva continua concentrada nas áreas mais costeiras do Nordeste, enquanto o sertão e agreste sofrem com a seca absoluta. Nos próximos dias são esperados mais de 170mm, veja onde isso vai acontecer!
A chuva no Nordeste continua bastante concentrada sobre áreas mais próximas ao litoral devido a atuação de instabilidades como a Zona de Convergência Intertropical e até mesmo outras condições oceânicas como o Atlântico mais aquecido que favorece o avanço da umidade do mar para o continente.
Esse cenário se tornou o novo normal da região neste último mês de maio e tende a persistir também em junho, pelo menos durante essa primeira quinzena do mês, em que são esperadas chuvas ainda mais restritas apenas ao litoral.
Vale ressaltar que segundo dados da SISSA (Sistema de Informação sobre as Secas na América do Sul), não chove sobre o interior do Nordeste há pelo menos 52 dias como é o caso de Correntina no oeste da Bahia. Quase dois meses de seca absoluta!
Chuva continua concentrada no litoral e há alertas
Bom, com a chegada de junho e por enquanto nenhuma mudança significativa com relação as condições oceano-atmosfera, a expectativa é de continuidade das chuvas ainda mais restritas ao litoral na região nordestina e a estiagem persistindo no interior nos próximos dias.
O mapa acima mostra a projeção do modelo europeu ECMWF até o próximo domingo (09) à noite, em que há previsão para pancadas de chuva apenas sobre áreas mais próximas ao litoral, tanto na faixa norte como especialmente na porção leste nordestina, onde existe inclusive alerta para volumes muito elevados.
Cidades no litoral da Bahia desde Itacaré até Jaguaripe podem registrar volumes muito elevados nos próximos dias devido ao avanço de uma frente fria pelo oceano que vai gerar um canal de umidade no litoral baiano. São esperados volumes acima de 90 milímetros.
Apesar dessa faixa de cidades em maior alerta citada acima, todo o Recôncavo Baiano pode ser atingido pelo aumento expressivo das chuvas nos próximos dias. Na capital Salvador, por exemplo, são esperados mais de 60 milímetros até o final de semana.
Apesar dos maiores acumulados chamando a atenção para o litoral da Bahia, outra capital que merece destaque nesta semana é Recife (PE) com previsão de 100 milímetros até o domingo. Enquanto isso, outras capitais do Nordeste também podem registrar alto índice pluviométrico nos próximos dias, o que não as deixa fora do risco de transtornos também, mesmo que em menor proporção.
Desde São Luís (MA) até Aracajú (SE) são esperadas chuvas nesses próximos dias, com volumes que podem atingir ao menos a casa dos 30 milímetros. De modo geral, são esperadas chuvas rápidas e intercaladas com períodos de sol e calor, o que inclusive serve como combustível para os temporais e o desenvolvimento de nuvens mais profundas.
E onde não chove?
Bom, apesar dos alertas devido aos altos volumes de precipitação esperados nos próximos dias em áreas mais próximas ao litoral, grande parte do Nordeste ainda permanecerá com seca extrema, muito calor e baixos índices de umidade relativa do ar.
Muitas cidades tem registrado temperaturas máximas acima dos 35°C no Nordeste segundo dados das estações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Na tarde desta última segunda-feira (03) por exemplo, foram 7 cidades com termômetros acima dessa marca. A cidade mais quente na região foi Alto Parnaíba, no Maranhão, com máxima de 35.5°C.
Esse calorão todo tende a persistir nos próximos dias em todo o Nordeste, mas principalmente nas áreas secas, com total predomínio do sol como o interior dos estados. O mapa acima mostra a temperatura prevista nesta quarta-feira (05) no sul maranhense, máxima de 36°C.
Já sabemos que quanto mais seco e mais quente, menor fica a umidade relativa do ar (UR), e este cenário é o esperado nos próximos dias na maior parte do Nordeste. Índices de UR abaixo dos 30% são esperados em todas as áreas marrom no mapa acima, inclusive no interior da Bahia.
Ou seja, apesar dos mais de 170 milímetros esperados e até do risco de danos relacionados a alta umidade no litoral, no interior baiano, a preocupação é outra, a baixa umidade que pode provocar aumento nos casos de doenças respiratórias, aumento até de queimadas, além claro, da maior concentração de poeira e fuligens no ar.