Entre extremos: após frio intenso, Sul e Sudeste podem enfrentar onda de calor
Previsões indicam que um período mais seco e quente começa a se configurar no país a partir da semana que vem. O calor anômalo pode causar problemas de saúde na população e cuidados devem ser redobrados.
Na última semana, uma massa de ar frio avançou pelo país e fez as temperaturas despencarem no Sul e no Sudeste. Em Santa Catarina, parte do Rio Grande do Sul e do Paraná, as temperaturas atingiram valores muito próximos dos 0°C, com formação de geada em pontos localizados.
Essa breve onda de frio se manteve por alguns dias, mas pode ser a última do mês. Ao longo da próxima semana, as temperaturas voltam a subir e há possibilidade de que o clima se mantenha estável por um bom tempo.
Há possibilidade de uma onda de calor após o frio?
O fato é que o índice da Oscilação Antártica (AAO) está sinalizando o início de um período de estiagem. A AAO é um índice capaz de traçar comportamentos climáticos para o centro-sul do país com previsibilidade de até uma quinzena. Tendências e/ou valores positivos desfavorecem a atuação de sistemas transientes, como frentes frias.
As previsões mais recentes indicam que a AAO está se mantendo em valores positivos e vai continuar até, mais ou menos, o fim do mês. Sendo assim, frentes, ciclones e cavados não devem avançar pelo país por um bom tempo - assim como massas de ar frio.
Como um resultado disso, as previsões climáticas do modelo europeu ECMWF indicam que as temperaturas vão se manter acima da média até meados de Junho. Alguns outros modelos de previsão, como o norte-americano GFS, indicam a possibilidade de diversos dias seguidos com temperatura acima da média, atingindo anomalias de 5°C ou mais nas regiões Sul e Sudeste.
Portanto, há indícios de que uma prolongada onda de calor possa atingir o país ao longo das próximas semanas, com temperaturas que permanecem acima do que seria esperado normalmente para esta época do ano.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), ondas de calor têm relação direta com o aumento de mortes em uma região. Elas podem, direta ou indiretamente, agravar quadros de saúde na população. Estima-se que, entre 1998 e 2017, cerca de 165 mil pessoas morreram devido a ondas de calor.
Para ajudar a minimizar os impactos da alta temperatura, recomenda-se beber água em abundância, evitar sair ao ar livre nas horas de maior calor, utilizar protetor solar e tomar cuidado redobrado com idosos e crianças, que são os mais vulneráveis às mudanças de temperatura.