Fim do ano no Sul do Brasil: frente fria traz as últimas chuvas e ar frio a calmaria! Como fica o tempo no Réveillon?
Antes de acabar 2023 tem previsão de mais uma chuva sobre o Rio Grande do Sul, aliás, com potencial para temporais e transtornos. Porém, será a última chuva do ano e a expectativa é de calmaria no réveillon.
O Rio Grande do Sul foi um dos estados mais atingidos pelas chuvas persistentes e intensas nesses últimos meses do ano de 2023 depois que o fenômeno El Niño se configurou e ganhou intensidade. O último trimestre setembro-outubro-novembro foi o mais quente do ano, com uma anomalia de TSM (temperatura da superfície do mar) que chegou a 1.8°C.
Justamente nesse período é que as chuvas ficaram acima da média na região Sul do país, com destaque para a metade norte gaúcha que registrou o maior acumulado até então. Por exemplo, em Palmeira das Missões choveu cerca de 378 milímetros em setembro, quase 600 milímetros apenas no mês de outubro e 440 milímetros em novembro, ou seja, dos 2.497,2 milímetros registrados na cidade nesse ano de 2023, mais da metade (56%) foi registrada apenas nesse último trimestre em que o El Niño esteve mais forte.
Existe ainda a previsão de uma última chuva do ano no Rio Grande do Sul, que vai acontecer entre esta quinta-feira (28) e a sexta-feira (29) devido à chegada de uma nova frente fria. O sistema pode gerar temporais na metade sul gaúcha entre o fim da tarde e o começo da noite de quinta, porém, com baixos acumulados. O maior destaque vai para a chuva da sexta na metade norte do estado, em que o volume de chuva pode passar dos 50 milímetros em algumas cidades.
Em Porto Alegre são esperados cerca de 30 milímetros durante a sexta-feira, sendo a última chuva do ano na capital gaúcha. Não se descarta o potencial para algum transtorno como pontos de alagamento, mas isso de maneira pontual e principalmente, de maneira não duradoura, o que será um alívio para as festividades de fim de ano.
Virada do ano no Sul do Brasil
O Rio Grande do Sul vai enfrentar a sua última chuva de 2023 até o finalzinho desta semana devido à passagem da frente fria, mas o sistema deve avançar e, no fim de semana que vai marcar a especial virada para 2024, uma massa de ar seco vai garantir a calmaria e o tempo estável sobre o estado. Não há previsão de chuvas sobre o Rio Grande do Sul tanto no sábado (30) como no domingo (31). Aliás, esse tempo firme e a gradual elevação das temperaturas vão persistir nos primeiros dias de janeiro de 2024.
Em Santa Catarina e no Paraná ainda pode chover no final de semana devido aos resquícios do sistema frontal avançando em direção ao Sudeste e Centro-Oeste, porém, o volume de precipitação esperado é baixo em quase todas as áreas dos dois estados. De forma muito pontual é que existe uma previsão de chuvas mais expressivas com acumulados em torno de 30 milímetros no estado catarinense, mas nada que deva gerar grande preocupação.
Vale alertar que na segunda-feira (01) ainda pode chover no leste paranaense e no somatório entre essa chuva de sábado, domingo e a madrugada de segunda, o volume pode chegar aos 80 milímetros.
Como fica o clima em janeiro na Região Sul
O fenômeno El Niño ainda está oscilando em suas temperaturas, porém, de modo geral já começou a dar indícios de uma intensidade menor daqui pra frente, o que abre brechas para uma mudança de padrão das chuvas no Brasil a partir de janeiro de 2024. Após meses com chuvas acima da média na região Sul, janeiro pode chegar com chuvas menos expressivas e menos persistentes, gerando assim, uma mudança de padrão
Aliás, a última simulação do modelo europeu aposta em chuvas dentro ou até mesmo abaixo da média na região Sul não só durante o mês de janeiro, como também no trimestre janeiro-fevereiro-março de 2024, o que mostra indícios de que o fenômeno El Niño esteja perdendo sua configuração ao longo do verão.
A tendência é que a anomalia de temperatura do Pacífico Equatorial diminua gradativamente nos próximos meses até entrar em uma possível neutralidade no ENOS a partir de abril de 2024. Se olharmos um pouco mais a frente, a expectativa é de configuração do La Niña no próximo inverno do Hemisfério Sul.