Frente fria no Sudeste ajudará a causar chuvas no Centro do Brasil neste sábado: saiba o que esperar

Após longo período de estiagem no Centro do Brasil, frente fria no Sudeste pode gerar pancadas de chuva neste sábado, mas cenário ainda é preocupante.

frente fria
Frente fria no Sudeste pode levar chuvas ainda regulares para o Centro do Brasil, mas isso já é um alívio frente a seca prolongada.

A região central do Brasil tem enfrentado um longo período de estiagem com cidades sem registro de chuva há mais de cinco meses. A falta de chuva e as altas temperaturas são preocupantes uma vez que aumentaram o número de queimadas pela região e agora já afetam até mesmo o início do plantio da safra verão 2024/25.

Sem água no solo e ainda enfrentando uma intensa onda de calor, o cenário não permite o início do plantio da soja e ainda mantém os riscos para incêndios e enorme quantidade de fuligem e fumaça, o que também é prejudicial para a saúde da população.

Após longo período de estiagem, partes do Centro-Oeste e do interior do Sudeste podem receber chuva neste fim de semana devido ao avanço de uma frente fria pelo Sudeste. Umidade pode chegar até o centro do Brasil, mas chuva será incapaz de reverter o déficit hídrico.

Apesar da previsão de chuvas para partes da região Centro-Oeste e para o interior do Sudeste neste sábado (28) devido a atuação de uma frente fria no Sudeste, vale ressaltar que a chuva não vai chegar para todo mundo e ainda não será o start no período úmido da primavera.

Chuva traz algum alívio?

O sistema que pode gerar essas mudanças no tempo em partes de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, além do interior de São Paulo e oeste de Minas Gerais é uma frente fria que vai chegar até a região Sudeste, e através dela um canal de umidade tende a atravessar o Brasil.

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Apesar das pancadas de chuva previstas para o Centro do Brasil, o volume esperado é baixo até o fim de setembro, mas de certa forma, será um pequeno alívio frente a seca prolongada.

Apesar disso, a frente fria já se forma afastada com o centro de baixa pressão atmosférica no oceano Atlântico. Isso significa que o corredor de umidade tem que percorrer um longo caminho até chegar ao Centro do Brasil, então quando chega já é mais fraco.

Isso pode resultar em algumas pancadas de chuva sobre a região central do país, mas de maneira rápida, irregular, mal distribuída e sem altos volumes de precipitação, ou seja, chuvas insuficientes para reverter o déficit hídrico.

Apesar de ser uma chuva que não reverte o quadro de déficit hídrico na região e uma chuva também que será muito pontual e irregular, as pancadas já podem trazer certo alívio frente ao longo período de estiagem.

Sim, mesmo que seja pouca chuva e muito passageira neste fim de semana, as primeiras pancadas de chuva da primavera já trazem certo alívio, pois colocam fim ao longo período de seca extrema. Aos poucos o cenário climático tende a mudar.

Previsão de chuva em outubro

Apesar da previsão de algumas pancadas isoladas de chuva no último fim de semana de setembro, o mês se despede com chuvas abaixo da média climatológica em boa parte do país. Isso aumenta ainda mais a expectativa quanto ao retorno das chuvas e regularização do período úmido da primavera.

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Apesar do primeiro período ainda seco, outubro chegará com expectativas altas de retorno das chuvas e começo do período úmido da primavera no Centro do Brasil. Fonte: ECMWF

O mês de outubro tende a ser melhor comparado aos últimos meses nesse quesito, pois o modelo europeu ECMWF aposta em redução das anomalias de precipitação nas próximas semanas, ou seja, após esse período ainda com chuvas abaixo no normal entre 30 de setembro de 07 de outubro, a tendência é de mudança de padrão.

No período entre 07 e 14 de outubro ainda não há projeção de anomalias positivas de precipitação sobre o Centro do Brasil, mas as negativas perdem força e espaço sobre a região, o que significa que tem potencial para mais episódios de chuva e com volumes mais expressivos.

na segunda quinzena de outubro, a tendência é de chuvas mais espalhadas pelo Centro-Oeste e Sudeste de novo, maior avanço das instabilidades e maiores volumes de precipitação também, o que aos poucos vai começar a resultar na recuperação hídrica do solo e dos rios na região, vai permitir o início do plantio da soja, vai ajudar a reduzir os riscos de incêndio.

Ainda é cedo para falar em regularização e recuperação total da umidade, mas outubro vai chegar trazendo mais alívio e mais esperança de melhorias sobre o Centro do Brasil. Com a maior frequência de chuvas, a expectativa é que ondas de calor á não atinjam a região como tem acontecido.