Fumaça das queimadas da Amazônia e do Pantanal chegou ao Sul do Brasil e pode atingir a Região Sudeste
A nuvem de fumaça que está atingindo a região Sul também chegará ao Sudeste até o final desta semana. Algumas das consequências são um céu mais avermelhado, redução da visibilidade e uma piora expressiva na qualidade do ar.
A nuvem de fumaça gerada pelos incêndios florestais e pelas queimadas nas regiões Centro-Oeste e Norte já está chegando à região Sul. Previsões indicam ainda que a fumaça também chegará à região Sudeste até o final desta semana.
Entre janeiro e julho, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) registrou um aumento significativo no número de focos de queimadas na região Centro-Oeste. Desde o início de 2024 até o momento, já foram registrados 21.216 focos na região, um aumento significativo em relação ao ano passado - quando 10.065 focos foram registrados entre Janeiro e Julho.
Um aumento significativo também foi registrado na região Norte do país. Entre Janeiro e Julho de 2024, foram registrados 23.070 focos de incêndio, contra 12.063 em 2023. Num geral, os números indicam que a quantidade de incêndios florestais praticamente dobrou de 2023 para 2024, e continuará aumentando.
A situação é agravada pela estiagem pronunciada que atinge toda a região Central do país. Há municípios que já estão a quase 110 dias sem registrar um pingo de chuva entre o Mato Grosso, Goiás e norte de Minas Gerais. Além disso, as temperaturas máximas na região continuam mais quentes que o normal, atingindo a casa dos 40°C durante a tarde, e a umidade relativa continua baixíssima, atingindo valores abaixo dos 20% - similares aos do deserto do Saara.
O inverno é a época mais crítica para a propagação do fogo, pois a maior parte do país enfrenta uma estação seca, com redução drástica das chuvas e baixa umidade do ar. Mas neste ano de 2024 em particular, o clima está ainda mais seco e quente do que o normal.
Por que a fumaça originada das queimadas no centro-norte do país está chegando ao Sul e ao Sudeste?
Além de toda a situação climática extrema que a porção central do país está enfrentando, a circulação dos ventos em níveis de 850 hPa da atmosfera está proporcionando um transporte das massas de ar para o Sul do país, o que carrega também material particulado como a fumaça das queimadas. Essa circulação é direcionada, em grande parte, graças à cordilheira dos Andes, localizada ao oeste do continente.
Imagens de satélite já estão mostrando as densas nuvens se espalhando pelo Sul do país nos últimos dias. A partir de sexta-feira (09), a circulação dos ventos deve fazer com que a fumaça chegue também ao Sudeste, atingindo especialmente São Paulo e Rio de Janeiro. Partes de Minas Gerais e Espírito Santo também devem registrar o acontecimento.
Quais as consequências da nuvem de fumaça?
Talvez uma das consequências mais visíveis sejam um pôr do sol mais avermelhado. A fumaça na atmosfera dispersa a luz solar em partes específicas do espectro visível, fazendo com que o sol e o céu pareçam mais vermelhos ou alaranjados. Além disso, a visibilidade pode ser drasticamente reduzida.
A inalação de partículas finas presentes na fumaça pode ainda causar irritação nos olhos, nariz e garganta, além de agravar condições respiratórias como asma e bronquite e exacerbar alergias. A presença de partículas e gases tóxicos na fumaça reduz significativamente a qualidade do ar.
Ao longo dos próximos dias, não deixe de conferir as previsões de qualidade do ar específicas para o seu município aqui no site da Meteored | Tempo.com.