Julho termina com novo ciclone extratropical, frente fria, ar polar e possibilidade de neve. Quais as chances e riscos?
O mês de julho vai terminar com a atuação de um novo ciclone extratropical, frente fria, avanço de ar polar e a possibilidade de ocorrência de neve. Conheça os riscos de eventos severos e as chances de precipitação invernal.
A última semana de julho vai trazer novamente vários sistemas que influenciam o parte do centro-sul do Brasil, principalmente a Região Sul. Há a previsão de um ciclone extratropical, da frente fria associada ao ciclone e de uma massa de ar polar.
O ciclone extratropical, a frente fria e os risco de tempo severo
Na terça-feira (25), o processo de formação de um ciclone extratropical se inicia sobre o estado do Rio Grande do Sul e a tendência dos modelo de confiança da Meteored, o ECMWF, mostra uma região de cavado sobre o sul e oeste do estado, já durante a madrugada, contribuindo para a ocorrência de chuvas intensas e tempestades na Campanha, Sul e Oeste. As instabilidades atingem a região Central e metropolitana de Porto Alegre no período da manhã.
No decorrer da tarde, a região de cavado começa a evoluir para uma baixa pressão, mantendo o tempo instável e com potencial de chuvas intensas e tempestades em toda a metade sul do Rio Grande do Sul, com as instabilidades atingindo o noroeste e norte do estado a partir do fim da tarde.
Na quarta-feira (26), a baixa pressão já se encontra no oceano próxima a costa do Rio Grande do Sul, com a frente fria em formação sobre o centro-norte e leste do território gaúcho. Assim, há potencial de chuvas intensas e de tempestades na madrugada e início da manhã na metade norte do estado, incluindo a região de Porto Alegre, no sul e oeste de Santa Catarina.
No restante do dia, o ciclone se afasta rapidamente para o oceano e a frente fria avança pelo estado de Santa Catarina perdendo intensidade. Assim, o potencial de eventos intensos de precipitação fica apenas até o meio da manhã, com chuvas de fraca a moderada intensidade ocorrendo de forma mais pontual no norte gaúcho e em todas as regiões catarinenses até o meio da tarde, com tempo mais firme no período da noite.
Na quinta-feira (27) e na sexta-feira (28), a frente fria atua no oceano, mas uma região de cavado se forma e se acopla ao sistema frontal, o que provoca chuvas mais pontuais de até forte intensidade no norte de Santa Catarina, no Paraná, no sul e oeste do Mato Grosso do Sul, no sul e leste de São Paulo e no Rio de Janeiro.
Há risco de ventos muito intensos?
Vale ressaltar que a formação do ciclone extratropical não será como o último evento. Apesar de haver o potencial de chuvas intensas e tempestades, não há risco de rajadas atingindo uma grande áreas, durante um período longo e com potencial destrutivo.
Os ventos vão aumentar de intensidade na metade sul do Rio Grande do Sul e na madrugada da terça-feira (25) há potencial de rajadas de até 70 km/h no litoral sul e na região de Pelotas. Após isso, a região que pode registrar ventos da mesma magnitude é o nordeste gaúcho e o sul de Santa Catarina na manhã da quarta-feira (26), mas sem potencial para grandes transtornos.
Possibilidade de precipitação invernal
É muito complicado "bater o martelo" para uma condição tão sútil como as que favorecem a ocorrência de neve na Região Sul. No entanto, já pode-se ter uma ideia se há uma possibilidade para seguir o monitoramento.
A configuração dos sistemas é muito parecida com os últimos eventos de neve, que ocorreu em conjunto da incursão da intensa massa de ar polar e do destruidor último ciclone extratropical. Apesar das intensidade ser bem menor, há previsão de chuvas juntamente com baixas temperaturas em torno dos 0°C no nível de formação das nuvens de precipitação nas regiões da serra na Região Sul.
O cenário ainda pode mudar, mas o modelo ECMWF traz a combinação de temperatura e precipitação mais favorável à ocorrência de precipitação invernal, que inclui a neve, no fim da noite da quarta-feira (26), na madrugada até o início da manhã da quinta-feira (27).
Quão intenso será o frio?
A massa de ar polar começa a influenciar o tempo no Brasil a partir da noite da terça-feira (25) pelo sul e oeste do Rio Grande do Sul. Com o desenvolvimento e deslocamento do ciclone extratropical o ar polar avança cada vez mais pela Região Sul, chegando ao estado de Santa Catarina na noite da quarta-feira (26) e se deslocando para o Paraná, sul do Mato Grosso do Sul, sul e leste de São Paulo e no Rio de Janeiro a partir da sexta-feira (28).
O evento de frio não será tão intenso como o último ar polar, mas mantém o clima de inverno em parte do centro-sul do Brasil. Há potencial para geadas no norte do Rio Grande do Sul e na região de Planalto de Santa Catarina, com eventos mais intensos e abrangentes nas localidades na serra.