La Niña perdendo intensidade e presente até o fim do ano. Será mesmo?
A última atualização da previsão de consenso entre o CPC e IRI para o ENOS aumentou a probabilidade do La Niña atuar até o fim do ano. No entanto, as projeções do CFSv2 mostram um fenômeno bem menos intenso.
A última atualização de previsão do fenômeno El Niño - Oscilação Sul (ENOS) previsão probabilística feita em conjunto pelo CPC/NOAA (Climate Prediction Center da National Oceanic and Atmospheric Administration ) e IRI (International Research Institute for Climate and Society), em particular da sua atual fase fria, o La Niña, mostra um aumento da probabilidade de permanência do fenômeno até o fim do ano.
Essa possibilidade não é nenhuma novidade. Na última publicação sobre o assunto, em 18 de abril, já havíamos apresentado, mas agora a probabilidade aumentou.
No entanto, não é isso que gostaria de trazer desta vez. O mais interessante sobre a previsão do La Niña é o modelo CFSv2, que é o mais confiável para até dois meses, acima disso, diminui a sua confiabilidade, como qualquer outro modelo. No entanto, apesar de ter acertado a intensificação a partir de abril, para os próximos meses, está mostrando uma forte perda de intensidade e uma condição de neutralidade a partir de julho.
Novamente temos uma contradição entre a previsão do CFSv2 e a de consenso entre CPC e o IRI. Será que na próxima atualização haverá uma aumento da probabilidade para neutralidade? Difícil de dizer, mas acredito que haja uma diminuição da probabilidade para o fim do ano.
Além disso, ao analisarmos a outra região do Pacifico Equatorial, a Niño 1+2, que deve esquentar nos próximos meses, atingindo a neutralidade e desconfigurando o padrão La Niña clássico.
O que de fato esperar?
Uma intensificação do La Niña ou sua retomada para os patamares anteriores está fora de cogitação. No entanto, podemos acreditar em um fenômeno muito fraco ou uma condição de neutralidade com viés negativo.
Ambas as condições trazem um alívio para o regime de chuvas do Brasil, principalmente para a Região Sul, que apesar de estar registrando episódios volumosos de precipitação, não possui uma frequência temporal de eventos de chuva com menos de uma semana de diferença.
Assim, a forçante temperatura da superfície da região do Pacífico Equatorial deve proporcionar um aumento dessa frequência de sistemas de precipitação, ou pelo menos não atrapalhar. O cenário também seria favorável para o início do período úmido. Um fator a menos que “retira” as chuvas do centro-sul do país.