Mudança de padrão à vista: onda de calor terminará nesta semana no Centro-Sul do Brasil
Um padrão de bloqueio atmosférico foi responsável pela onda de calor histórica que atinge boa parte do Brasil por vários dias. A boa notícia: as previsões indicam uma quebra desse bloqueio e a chegada de uma massa de ar frio!
A forte onda de calor que atua no Brasil já persiste por vários dias, a cada dia elevando ainda mais as temperaturas, que chegam a valores recordes. Além do calor, o tempo seco também toma conta de grande parte do Brasil, o que piora ainda mais a situação em muitas cidades, aumentando o risco de incêndios, piorando a qualidade do ar e criando condições desfavoráveis ao bem-estar da população.
Enquanto grande parte do Brasil, principalmente a porção central e o Sudeste, sofre com o calor e a falta de chuvas, o Sul segue sendo castigado por consecutivos dias de chuvas volumosas, que agora ocorrem em forma de tempestades intensas, com raios e granizo. Como foi o caso da cidade de Bagé, na madrugada deste sábado (23), que sofreu com uma intensa chuva de granizo gigante que danificou automóveis e os telhados de milhares de casas.
Logo neste início de semana, o mesmo padrão deverá se manter, as chuvas continuarão a atingir o Sul do país, enquanto o calor intenso e o padrão seco de bloqueio atmosférico persiste em grande parte do Brasil, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Porém, as previsões indicam o início de uma mudança de padrão já para terça-feira (26) sobre o Sul, com a formação de um ciclone e uma frente fria, que poderão quebrar o padrão de bloqueio que castiga o Brasil!
Quando o calor irá embora?
Nessa segunda-feira (25), um cavado em baixos níveis passará a atuar sobre a região Sul, principalmente sobre o Rio Grande do Sul, favorecendo o desenvolvimento de mais instabilidades e chuvas. Esse cavado se manterá sobre a região até terça-feira (26), quando começará a se intensificar, dando início ao processo de formação de um novo ciclone extratropical.
O processo de formação desse ciclone novamente deverá causar chuvas muito volumosas e intensas sobre o Sul, principalmente sobre o estado gaúcho. As previsões indicam que os acumulados de chuva até a terça (26) ultrapassem os 100 mm, como será o caso da cidade de Porto Alegre, que deverá passar do acumulado de 120 mm de chuva em 48h, sendo 100mm somente na terça-feira.
Na quarta-feira (27), o ciclone já estará formado próximo à costa da região Sul, junto à sua frente fria. À medida que esse ciclone e sua frente avançam, o padrão de bloqueio atmosférico finalmente perderá força. Com isso, uma massa de ar frio conseguirá avançar pelas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, diminuindo as temperaturas e trazendo o tão esperado alívio do calor!
Entretanto, antes do alívio, toda a região Sudeste, os estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul sofrerão com os efeitos da pré-frontal, caracterizada pela atuação dos ventos de norte e/ou noroeste, que carregam ainda mais calor da porção norte e central do país, provocando uma elevação nas temperaturas. Por este motivo, na terça as temperaturas máximas no norte do Paraná poderão atingir os 39ºC, já em Mato Grosso do Sul e em São Paulo passarão dos 40ºC.
Outro porém, é que o alívio das temperaturas não ocorrerá em todo o Brasil e ficará mais restrito à região Sul, sul e a faixa litorânea do Sudeste e a partes da região Centro-Oeste, que sentirão esse alívio de forma mais discreta em suas temperaturas mínimas de quarta e quinta-feira (28).
Além da trégua do calor, haverá um retorno das chuvas?
Assim como o alívio das temperaturas, a chuva também ocorrerá de forma restrita, atingindo a região Sul, partes do Sudeste e Centro-Oeste. A frente fria associada ao ciclone não conseguirá se desenvolver tão bem sobre o continente e por isso a chuva ocorrerá principalmente de forma mais isolada nos períodos da tarde de quarta e quinta-feira.
Os modelos não descartam a possibilidade de ocorrência de pancadas de chuvas isoladas nos estados de São Paulo, sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o acumulado previsto não é tão elevado, mas o suficiente para aumentar a umidade do ar e diminuir ainda mais as temperaturas.