Neblina que baixa, sol que racha? Entenda o ditado popular e o fenômeno que faz muito sentido nessa época do ano

Um ditado popular muito conhecido é "neblina que baixa, sol que racha". Entenda o que ele quer dizer e se existe confirmação no meio científico. Fenômeno ganha destaque nessa época do ano.

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Neblina que baixa, sol que racha. Ditado popular tem sentido e comprovação científica, tudo faz parte da meteorologia.

Se você nunca ouviu o ditado popular “neblina que baixa, sol que racha” com certeza está vivendo errado. O fenômeno se destaca nessa época do ano, seja pela bela cerração e poder fascinante de esconder tudo a sua frente, seja pelas preocupações que isso causa.

Bom, vamos pensar no primeiro termo, a neblina que é um fenômeno da meteorologia capaz de reduzir a visibilidade horizontal. Quando o fenômeno é de forte intensidade, ou seja, quando perdemos o poder de visão a menos de 1 quilômetro, passamos a chamá-lo de nevoeiro.

Neblina e nevoeiro são essencialmente o mesmo fenômeno, o que muda é a intensidade e como cada um afeta nossa visibilidade horizontal. Ambos são comuns nessa época do ano.

Visto que a neblina ou nevoeiro afetam nossa visibilidade, são fenômenos considerados perigosos e que precisam de atenção de verdade. Acidentes graves podem ser ocasionados em estradas, portos e aeroportos.

Imagine um avião pousando sem enxergar a pista, pois é, esse é o motivo que condições como nevoeiro fecham os aeroportos e causam prejuízos milionários todos os anos.

Sol que racha no inverno?

O outono está com os dias contados, o inverno no Hemisfério Sul vai começar na próxima quinta-feira, 20 de junho às 17h51. Estamos falando do início da estação mais fria do ano, mas então como esse ditado sol que racha faz sentido?

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Fotos tiradas no mesmo dia e no mesmo lugar em São José dos Campos (SP). De manhã uma forte neblina e a tarde um céu azul com sol predominante. Fonte: Amanda Souza

O ditado popular “neblina que baixa, sol que racha” representa a condição climática em que faz muito frio durante as madrugadas e os dias amanhecem com a neblina baixa, ou seja, parece que fomos tomados pelas nuvens esfumaçadas.

A visibilidade horizontal é reduzida de forma expressiva, em alguns casos, não é possível enxergar nada a poucos metros de distância, o que pode causar acidentes.

Entretanto, logo após algumas horas com essa neblina presente, o céu se abre e o sol aparece, e aparece forte, por isso a expressão “sol que racha”. Fica aquele céu azul, sem nuvens, e apenas com o predomínio do sol, uma característica bem marcante do inverno inclusive.

Os riscos por trás desse ditado

Temos dois cenários diferentes, uma manhã fria e com neblina, a qual pode reduzir a visibilidade em estradas, dentro de cidades, em aeroportos, enfim, é um fenômeno que pode tomar conta de uma área abrangente e pode se formar em qualquer lugar.

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Neblinas ou nevoeiros podem reduzir a visibilidade horizontal de tal forma que oferecem riscos para acidentes nas estradas, portos e aeroportos. Fonte: Amanda Souza

Esse fenômeno dependendo da sua intensidade pode causar a redução da visibilidade a olho nu, pode causar o fechamento de aeroportos e portos porque pode causar acidentes aéreos e marítimos, pode causar acidentes nas estradas. Muitas vezes, deixa o céu e o horizonte nublados, esconde prédios altos e grandes antenas.

O risco com relação a esse ditado popular não fica por conta somente da redução da visibilidade horizontal. Quando o sol aparece em condições de dias secos assim, a preocupação se torna a baixa umidade relativa do ar.

Depois que o fenômeno se dissipa e dá lugar ao sol que racha, a temperatura sobe e garante a grande amplitude térmica, que deixa o ar mais seco ocasionando baixos índices de umidade relativa do ar, um grande vilão quando se trata de gripes e doenças respiratórias nessa época do ano.

Como fica o tempo nos próximos dias

Essa grande amplitude térmica que é favorável para a ocorrência de neblinas e nevoeiros nesta época do ano vai continuar bastante marcante nesse finalzinho do outono e, ao que tudo indica, também no comecinho do inverno que já acontece nesta semana.

Para os próximos dias não há previsão de chuva em boa parte do Brasil Central sob efeito de uma intensa massa de ar seco e quente. Não deve chover sobre o Sudeste e Centro-Oeste, e boa parte também da metade norte brasileira.

Com a falta de chuva e com a grande amplitude térmica, “neblina que baixa, sol que racha” ainda será um ditado falado por muita gente nos próximos dias, especialmente em áreas do Sudeste.

Até o domingo (23) não tem previsão de chuvas para a maior parte da região Sudeste, por exemplo, uma das regiões que vem se destacando com esse ditado popular, tem feito frio pela manhã e muito calor no período da tarde, algo que vai persistir por enquanto.

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Manhã de quarta-feira (19) bastante fria ainda no sul de Minas Gerais e áreas serranas entre São Paulo e o Rio de Janeiro.

Na manhã desta quarta-feira (19) são esperadas mínimas em torno de 7°C no sul de Minas Gerais, assim como também em cidades serranas entre o Vale do Paraíba em São Paulo e o Rio de Janeiro. É comum que com esse friozinho, neblinas ou nevoeiros se formem, principalmente em áreas próximas a montanhas.

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Temperatura máxima continua elevada no período da tarde e garante a grande amplitude térmica. No leste de SP são esperadas máximas perto de 30°C.

Porém, o calorão fora de época ainda vai persistir e no período da tarde, temperaturas máximas perto de 30°C podem chamar a atenção na faixa leste do Sudeste como é o caso da capital São Paulo.