Novembro de 2020 com chuvas regulares e temperaturas mais amenas
Aqui te contamos como será Novembro e quais os fatores principais que definirão o padrão climático do mês. Entenda a soma das influências do La Niña, temperatura do Atlântico e da Oscilação de Madden-Julian.
Antes de partirmos para a previsão e análise dos fatores climáticos é preciso ter em mente a distribuição da precipitação e da intensidade das temperaturas máxima e mínima, que comumente ocorrem em Novembro.
Para o mês, já se espera que as chuvas ocorram em boa parte do país com maior taxa de precipitação do oeste da Região Norte até o Sudeste, trazendo indícios já da atuação de sistemas precipitantes como a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Em relação às temperaturas, se nota uma diminuição da amplitude térmica, justamente por conta do aumento da umidade, porém, nada impede os dias de intenso calor caso haja uma condição mais seca, de pré-frontal ou de bloqueio, condicionadas por fatores climático.
Fatores climáticos: La Niña, Oceano Atlântico, Oscilações de Madden-Julian (MJO) e Antártica (AAO)
Em Outubro, a atmosfera não estava respondendo aos fatores climáticos La Niña e MJO, sendo que para o primeiro ainda não se havia estabelecido os três meses consecutivos de anomalias abaixo de -0,5°C das águas do Pacífico Equatorial, surtindo efeito somente na última semana do mês, e para o segundo, o comportamento observado foi de não propagação do seu pulso característico, sendo um dos fatores responsáveis pelo onda de calor e irregularidade das chuvas. Especula-se que esse estacionamento da onda tenha ocorrido por conta do período de monção intenso na Índia, que por sua vez chegou ao seu fim, coincidindo com um retorno da propagação da MJO.
Para Novembro, observamos pelo diagrama de fases, que a MJO na transição do mês passou a atuar nas fases 7 e 8, favoráveis à precipitação, coincidindo com a influência do La Niña, proporcionaram dois eventos de de ZCAS e chuvas volumosas no Centro-Norte do país, com maior destaque para os estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e para boa parte do Nordeste. Segundo a previsão da MJO, a oscilação atuará em fases muito favoráveis a ocorrência de chuva até meados da terceira semana, quando retorna para neutralidade.
Em relação ao La Niña, o fenômeno se manterá até pelo menos o final da estação chuvosa entre Março e Abril. No entanto, outro fator é extremamente importante para o locacional e qualidade das chuvas: a temperatura das águas do Atlântico Sul.
A previsão mostra águas mais aquecidas no Sul e em toda a costa leste do país, proporcionando uma condição favorável às chuvas caso haja sistemas avançando, o que por sua vez é modulado pela AAO, que traz uma tendência positiva nos próximos dias, resultando em um deslocamento da banda de precipitação mais para o Centro-Sul, que somada com uma MJO nas fases 8 e 1, deve manter o potencial de chuvas razoável para parte do Brasil Central.
Previsão das anomalias de precipitação e da temperatura média
O modelos CFSv2 apesar de oscilar bastante entre as suas rodadas, na qual devem ser levado mais em conta as mudanças de padrão e de distribuição e não somente de magnitude das variáveis, se mostra bastante coerente em relação ao que se espera do somatório das influência dos fatores climáticos.
Analisando a distribuição das anomalias de precipitação semanais (primeira quinzena mapas de cima; segunda quinzena mapas debaixo), nos primeiros dias de Novembro as chuvas ficam mais concentradas no Norte, Nordeste e no norte do estados do Mato Grosso, de Goiás e de Minas Gerais, por conta da atuação de uma ZCAS sendo reflexo da tendência negativa da AAO e da fase 7 da MJO.
Na semana seguinte, a influência da tendência positiva da AAO é nítida, com deslocamento das chuvas para o Centro-Sul e um período mais seco e quente em boa parte do país. Para à segunda quinzena com neutralidade da MJO, AAO oscilando próximo da neutralidade, La Niña favorecendo o escoamento mais livre dos sistemas precipitantes e um Atlântico mais aquecido, as chuvas se distribuem por boa parte do país, com maiores volumes entre Goiás, Minas Gerais, Bahia e Tocantins.
Como resultado da persistência das chuvas, as temperaturas ficam dentro ou ligeiramente abaixo da média, com a segunda semana do mês sendo a mais quente, como resposta à AAO.