O fim de semana na Região Sul: Ainda há alertas de tempo severo no Rio Grande do Sul e Santa Catarina
Previsões indicam que as tempestades podem perder intensidade, mas permanecem contínuas no norte do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina pelo menos até sábado (04).
Nos últimos dias, grande parte da região Sul - especialmente os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina - tem sido assolada por chuvas intensas causadas por um sistema frontal estacionário que causou tempestades severas e contínuas.
Foram registrados desabamentos, enchentes e alagamentos em pelo menos 107 cidades. Mais de 2 mil pessoas foram desalojadas, 8 pessoas morreram e 21 permanecem desaparecidas. Tudo isso graças aos ventos de mais de 80 km/h e os acumulados que ultrapassaram os 300 mm em alguns municípios ao longo dos últimos dias.
Nesta quinta-feira (02), há avisos vigentes para Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, com possibilidade de chuvas de até 100 mm/dia e ventos de até 100 km/h. Continua o risco de alagamentos, transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas, além de cortes na energia elétrica, estragos em plantações, quedas de árvores e alagamentos.
Chuvas enfraquecem, mas ainda continuam frequentes nos próximos dias
Ao longo dos próximos dias, o sistema vai perder intensidade, mas as chuvas ainda continuam ocorrendo. Nesta quinta-feira (02), sexta-feira (03) e sábado (04), a chuva continua se formando de maneira volumosa no norte do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. No domingo (05), a chuva tende a se deslocar para o sul e atingir o centro-sul do estado gaúcho.
Por isso, ainda continua a possibilidade de transtornos durante os próximos dias nas regiões mencionadas. Até sábado, antes da chuva se deslocar para o centro-sul gaúcho, pode chover entre 200 e 300 mm em boa parte dos municípios. Pontualmente, a chuva pode ultrapassar os 300 mm, especialmente no norte do Rio Grande do Sul. Confira os acumulados totais de chuva previstos até sábado (04) para alguns municípios:
- Frederico Westphalen - 257 mm
- Passo Fundo - 243 mm
- Três de Maio - 223 mm
- Erechim - 178 mm
- Chapecó - 150 mm
Padrões climáticos impulsionam as chuvas no Sul do Brasil
Embora o El Niño já esteja bem menos intenso e caminhando para o seu fim, ele ainda é capaz de influenciar o clima. O El Niño foi uma das grandes forças por trás do aumento das chuvas no Sul do Brasil durante a primavera de 2023 e o verão de 2023/2024, e o fenômeno continua impulsionando a ocorrência de chuvas.
Além disso, há outros sistemas que contribuem com a situação. A Oscilação Antártica (abreviada como AAO) é um índice capaz de traçar panoramas climáticos para o centro-sul do país com previsibilidade de cerca de duas semanas. Tendências e/ou valores negativos favorecem a atuação de sistemas de precipitação, principalmente na Região Sul.
É possível perceber que, no início de Maio, a tendência do índice AAO é se manter predominantemente negativo, antes de retornar para valores positivos. Na prática, isso favorece a formação e manutenção de sistemas como frentes frias no Sul do Brasil, mantendo o tempo chuvoso ao longo dos próximos dias.
Vale lembrar que o maior número de ocorrências durante tempestades se dá graças às rajadas fortes de vento e descargas elétricas. Em caso de tempestade, evite se abrigar debaixo de árvores e coberturas pequenas, como quiosques, e também áreas próximas a postes de energia, torres de transmissão e objetos altos como placas e letreiros. Os melhores abrigos sempre serão construções sólidas de alvenaria e edifícios.
Além disso, em casos de chuvas volumosas, evite áreas próximas de rios e córregos, onde há risco de enchentes. Observe alterações nas encostas e fique atento à possibilidade de deslizamentos. Em caso de inundação, proteja seus pertences da água utilizando sacos plásticos.