O que esperar do intenso ar polar? Há mesmo alertas para outro ciclone?
Uma intensa massa de ar polar avança no fim desta semana e traz potencial para forte queda das temperaturas em boa parte do país. Além disso, há o processo de formação de um ciclone extratropical. Mas será como o anterior? Saiba aqui.
Em meados desta semana o processo de formação de um ciclone extratropical e de sua frente fria traz potencial para novos eventos de tempo severo na Região Sul, no Centro-Oeste e até mesmo no estado de São Paulo.
A frente fria que avança possui tanta amplitude que consegue chegar até o norte do Mato Grosso e estados de Rondônia, do Acre e do Amazonas. Com essa amplitude, uma massa de ar intensa também consegue derrubar as temperaturas.
Ainda se trata de uma tendência, mas os eventos não devem mudar da água para o vinho. A seguir trazemos o que esperar de fato de cada evento, principalmente o fator causador dos temporais e das chuvas intensas.
A formação e os riscos do ciclone extratropical e da sua frente fria
Por volta de meados da tarde da quarta-feira (17), uma região de cavado se forma, que é uma extensão de uma baixa pressão entre o norte da Argentina e o Uruguai, e se intensifica nas horas seguintes. Assim, o dia será com alerta de chuvas intensas e temporais no norte e noroeste do Rio Grande do Sul, no meio-oeste de Santa Catarina, no sul, centro-norte e todo o oeste do Paraná, no extremo sul e no oeste do Mato Grosso do Sul.
No período da noite, há a possibilidade de pancadas de forte intensidade no norte de Santa Catarina, no leste do Paraná, no extremo oeste de São Paulo e nas regiões de divisa com o território paranaense.
No decorrer da madrugada de quinta-feira (18), a baixa pressão se desloca para o leste e atinge o oceano já no início da manhã, dando origem ao ciclone extratropical e sua frente fria associada. Alerta para chuvas muito intensas e fortes temporais no centro-sul e oeste do Mato Grosso do Sul, em todas as regiões do Paraná e de Santa Catarina e na metade norte do Rio Grande do Sul.
No decorrer da quinta-feira (18), o ciclone extratropical se afasta e a frente fria avança de forma rápida no período da noite na Região Norte. Devido a este deslocamento mais intenso, há a possibilidade da formação de linhas de instabilidade por volta do fim da manhã no norte do Paraná, no sul e oeste de São Paulo, no centro-norte do Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso. Assim, há potencial para intensas rajadas de vento juntamente com a chuva de forte a moderada intensidade.
Na sexta-feira (19), a frente fria se encontra mais enfraquecida e atuando de forma mais costeira sobre os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, provocando chuvas de fraca a moderada intensidade, sendo mais intensas a partir do fim do dia.
A mais intensa massa de ar polar e o risco de geadas
Com um sistema frontal com bastante amplitude, ou seja, chegando até a Região Norte, a massa de ar frio ou polar na sua retaguarda acompanha este avanço. Aliás, vale lembrar que a frente fria é a região do encontro de duas massas de ar, uma mais fria e a outra mais quente.
O avanço e atuação da intensa massa de ar polar se dá na quinta-feira (18), chegando ao Norte do país no mesmo dia. As temperaturas diminuem até sábado (20) e trazem condições para geadas em boa parte da Região Sul.
Na sexta-feira (19) e no sábado (20), há potencial para formação de geadas abrangentes em todas as regiões do Rio Grande do Sul, em praticamente todo o estado de Santa Catarina, com exceção da faixa leste, no sul e centro-oeste do Paraná e no extremo sul do Mato Grosso do Sul.
Até o momento, não há condições favoráveis para formação de geada no Sudeste ou no Centro-Oeste, tratando-se do evento mais intenso desde maio, mas não tão intenso e abrangente como tal.
A previsão de neve
A maioria dos eventos de neve no Sul do Brasil ocorrem após a passagem de uma frente fria, com a incursão de uma forte massa de ar polar mais o transporte de umidade proporcionado por um ciclone extratropical. Os dois eventos de neve desta ano, o de maio e o da última semana na Serra Catarinense, ocorreram através desta padrão.
No fim desta semana não será diferente. Mesmo o ciclone extratropical afastado, o sistema consegue transportar umidade e, entre quinta-feira (18) e sexta-feira (19), há a possibilidade de neve na Serra Gaúcha e Catarinense, que não deve trazer grande acumulados.
Vale lembrar que se trata ainda de um indicativo da tendência e nesta época do ano os cenários dos modelos podem mudar com mais frequência, ainda mais quando há sistemas tão intensos.