O que esperar da segunda quinzena de maio?
Maio vem apresentando condições típicas de outono, com aumento da amplitude térmica e predomínio do tempo seco. Chuvas no extremo norte do país e no leste do Nordeste também foram destaques. Será que o padrão irá se manter?
O mês de maio vem apresentando um padrão típico de outono, com a incursão das primeiras massas de ar polar que proporcionaram as menores temperaturas do ano, até o momento, e o aumento da amplitude térmica devido, também, ao tempo mais seco.
Destaque também foi para o aumento da umidade na Região Sul, como consequência da frequência maior da passagem de frentes frias, que contribuíram para o atingimento e superação da média de precipitação do mês para parte da metade norte do Rio Grande do Sul e leste de Santa Catarina.
No extremo norte do país, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) proporcionou eventos volumosos de chuva, com precipitação já superando o volume climatológico em boa parte do norte do Nordeste e no nordeste do Pará. Será que esse padrão irá se manter?
Oscilações de Madden-Julian (MJO) e Antártica (AAO)
Na escala de tempo semanal, as mudanças nas oscilações de MJO e AAO são as que possuem maior influência nos padrões de distribuição de precipitação na América do Sul.
Nos próximos dias, a AAO passa a entrar em uma tendência negativa refletindo em uma maior frequência da passagem de sistema frontais e da incursão de massas de ar polar pelo Centro-Sul do país.
Em relação à MJO, esse fator contribuiu para o aumento das chuvas na Região Norte, principalmente durante a primeira semana de maio. Na próxima quinzena, a MJO passa a atuar em neutralidade, não sendo um fator que potencialize e nem iniba a ocorrência de chuvas no extremo norte do país.
Anomalias de precipitação do modelo ECMWF
A última atualização do modelo europeu ECMWF para um horizonte mais estendido, mostra para a próxima semana a manutenção de um padrão mais seco para o Centro-Leste do país. Já para o Centro-Sul, a neutralidade das anomalias corresponde a uma condição mais úmida, coincidindo com o comportamento da AAO.
No entanto, ao analisar o acumulado para os próximos 10 dias (tuíte), não há expectativa de chuvas volumosas, com uma frente fria avançando a partir do fim da próxima semana de forma rápida.
Na última semana do mês, o efeito da tendência negativa da AAO é mais claro através das anomalias positivas entre as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que podem representar um evento de chuva ocasionado por um sistema frontal.
Sendo assim, quando há sistemas frontais avançando mais pelo país, pode-se esperar a incursão de massa de ar polar. Portanto, o frio também está garantido para a última semana do mês.