O tempo na Semana Santa 2018: como poderia ser?

Nos últimos dias vem se observando um padrão de distribuição de chuva típico de verão, com chuvas ocorrendo em todo o Brasil, sendo a maior concentração nas áreas do Centro-Norte. Já em relação à temperatura, o que se vem observando é um pouco fora do esperado para essa época do ano. Devido à influência do fenômeno La Niña, as temperaturas médias nas regiões Sul e Sudeste estão abaixo da média.

Esse padrão, segundo a climatologia, tende continuar para o fim do verão e início do outono, com início do aumento das chuvas no extremo sul do país. No entanto, para se fazer uma previsão, deve-se levar em conta que os prognósticos mais confiáveis são aquelas que não excedem 3 dias, e a partir de 15 dias passa a ser uma análise de tendência. Além disso, as épocas de transição aumentam a discordância dos modelos de longo prazo.

A Semana Santa nos finais de março

A referência mais próxima que temos é o ano de 2016, o ano do El Niño Godzilla. Há dois anos, o tempo estava instável no Centro-Sul do país. A semana começou com a atuação de uma frente fria no extremo sul do Brasil, com bastante nebulosidade e chuvas ocorrendo em todo o Rio Grande do Sul, boa parte de Santa Catarina e sul do Paraná. Os acumulados ficaram variaram de 30 a 60mm em 24h.

No restante do país, o predomínio foi de tempo firme e ensolarado, com temperaturas  elevadas e ocorrência de pancadas de chuva bastante isoladas na parte da tarde no Centro-Oeste, Norte e oeste do Nordeste.

No feriado de Páscoa, como bom efeito de El Niño, as chuvas retornaram com força para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, provocando no domingo acumulados acima dos 100mm no centro-sul gaúcho e norte catarinense.

O ano de 2012 é a referência que se aproxima tanto no aspecto de datas quanto nas condições climáticas. O verão e o início deste ano estiveram sob influência de La Niña, e o tempo ao longo da Semana Santa se comportou de forma muito semelhante à distribuição de chuva do período atual.

 Conclusão e tendência

Com os dados históricos em mãos, concluímos que as condições climáticas atuais estão sob enfeito do fenômeno La Niña e podem se comportar de forma semelhante ao ano de 2012. No entanto, o clima do Brasil sofre influência de outras oscilações como a Madden-Julian (MJO) e a Antártica (AAO), que podem ser os fatores diferenciais entre esse ano e o de 2012.

Observando o modelo climático CFSv2 a tendência para a Semana Santa é de tempo bastante instável na metade norte do país, com exceção para a porção litorânea que vai do Alagoas até o Maranhão, onde o tempo fica mais firme e proveitoso.

Já na faixa litorânea, que vai do norte do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro, os ventos que sopram em direção a costa deixam o tempo instável e com previsão de chuva, principalmente na região de Florianópolis, litoral norte de São Paulo e Rio de Janeiro. Isso é o que o modelo diz hoje, para mais detalhes acompanharemos os próximos dias.