O tempo na Semana Santa e Páscoa no Brasil: as primeiras tendências!
Estamos a aproximadamente um mês da Semana Santa e do feriado de Páscoa. Apesar da distância, já conseguimos vislumbrar a primeira tendência climática através do modelo de confiança da Meteored. Confira aqui!
O outono climatológico começou no último 1 de março, sendo uma estação esperada por muitos que já estão cansados do calor e querem vivenciar temperaturas mais amenas e a redução das chuvas intensas e volumosas, que vem provocando neste ano muitos estragos, apesar de serem muito bem vindas para a manutenção da nossa matriz energética, abastecimento de água e lavouras pelo país.
O Feriado da Páscoa é o próximo feriado nacional, quando muitos viajam e acontece sempre na primeira metade do outono, geralmente acontecendo sob condições meteorológicas bem características dessa época, com tempo mais seco e ensolarado em boa parte do Brasil e atuação de massas de ar frio.
Apesar de se tratar de uma tendência de médio prazo e ainda ser muito difícil de cravar uma previsão para a Semana Santa e para o feriado da Páscoa, já podemos ter uma ideia próxima de como pode ser o padrão climático através da última atualização do modelo de confiança da Meteored, o modelo ECMWF.
Frente fria e massa de ar frio na Semana Santa
Para o início de abril, o fator climático Oscilação de Madden-Julian (MJO) muito provavelmente passará para a neutralidade, após atuar nas fases 8 e 1 entre a segunda e a última semanas de março, contribuindo para muita chuva no centro-norte do Brasil. Assim, para a Semana Santa, a probabilidade de eventos de precipitação intensos diminui.
Quanto à influência da Oscilação Antártica (AAO), ainda é muito difícil de determinar a sua influência em virtude da sua previsibilidade mais confiável de até 15 dias. No entanto, há uma chance considerável de atuar com neutralidade e negativa, segundo a tendência da Bureau of Meteorology.
Em virtude da probabilidade do comportamento desses fatores, há probabilidade de pouca chuva no centro-sul do Brasil, com a atuação de uma frente fria e, consequentemente, de uma massa de ar frio ou polar. Já no centro-norte, como o Oceano Atlântico Sul está mais aquecido, há a probabilidade de a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) atuar mais próxima e trazer uma condição mais chuvosa na porção norte do país.
A última atualização do modelo ECMWF mostra anomalias de precipitação positivas no centro-norte do Brasil, sendo mais intensas na Região Nordeste, muito provavelmente devido a influência da ZCIT. Já o sinal que aparece no Sudeste e no Centro-Oeste pode ser em virtude da Alta da Bolívia e da atuação de uma frente fria. Na Região Sul, a neutralidade pode ser interpretada por um período de pouca chuva, com maior chance de dias de tempo firme.
Quanto às temperaturas, as anomalias não trazem nenhum indicativo ainda de condições extremas. Para o centro-sul do Brasil, a expectativa é de temperaturas amenas sem potencial de calor extremo. Já no Norte e Nordeste, as anomalias negativas previstas ocorrem como reflexo da influência das chuvas, o que deve ser interpretado com temperaturas um pouco abaixo do que geralmente é registrado nessa época do ano, sem potencial para sensação de frio. Assim, pode-se esperar uma semana chuvosa para essa porção do Brasil.