1ª quinzena de agosto: maior potencial de tempo severo e risco de geadas
Na nova atualização climática trouxe um aumento das chuvas e do frio para o centro-sul do Brasil para a primeira quinzena do mês. Essa condição aumenta a probabilidade de eventos de tempo severo e de geadas.
As previsões para horizonte acima de 15 dias estão sujeitas a mudanças uma vez que os fatores climático Oscilação Antártica (AAO) e de Oscilação de Madden-Julian (MJO) podem variar bastante, principalmente a AAO cuja previsibilidade mais confiável é para no máximo 7 dias.
Assim, quando em períodos do ano as chuvas se concentram mais no centro-sul, como no inverno, e o padrão climático depende mais da AAO, muitas vezes há mudanças significativas.
No caso para a primeira quinzena de agosto, o padrão não mudou, mas se intensificou, com volumes previstos mais expressivos e frio mais intenso no centro-sul do país. O que aumenta a probabilidade de eventos tempo severo, chuvas volumosas e ocorrência de geada.
A seguir trazemos as anomalias de precipitação e de temperatura para as duas primeiras semanas, além da evolução dos sistemas nos primeiros 10 dias.
Anomalias de precipitação e de temperatura do modelo ECMWF
Com a manutenção da tendência negativa da AAO, o padrão de precipitação se manteve na Região Sul do Brasil, com aumento da intensidade das anomalias na primeira semana sobre o Rio Grande do Sul.
Já na segunda semana, houve um deslocamento da banda de precipitação para o sul e uma considerável intensificação, indicando um período com frequência de precipitação e com maior amplitude dos sistemas frontais, que conseguem avançar até as regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Assim, com maior frequência de sistemas de precipitação e a provável formação de um canal de umidade desde a Região Norte, há maior probabilidade de chuvas intensas e de temporais entre o Sul, Centro-Oeste e o Sudeste.
Na ausência de um padrão de bloqueio atmosférico e com sistemas avançando além da Região Sul, a circulação de leste diminui no Nordeste, o que proporciona uma redução das chuvas no leste nordestino. No entanto, na faixa norte da Região, as chuvas continuam.
Em relação às temperaturas, na primeira semana o padrão mais aquecido se mantém no Brasil Central e a próxima massa de ar polar não consegue avançar muito, com temperaturas mais baixas ficando restritas à metade sul do Rio Grande do Sul. No entanto, o ar frio consegue influenciar parte da Região Sudeste, como já publicamos anteriormente.
Já para a segunda semana, as anomalias de temperaturas negativas se intensificaram e se espalharam por boa parte do centro-sul, acompanhando o cenário de precipitação. Com a maior frequência de sistemas frontais, espera-se uma incursão mais frequente de massas de ar polar e, assim, uma maior probabilidade de ocorrência de geadas de abrangentes na Região Sul.
Aumento das chuvas e risco de ciclogênese sobre a Região Sul
Uma nova frente fria avança pela Região Sul a partir do fim desta semana e traz o potencial para temporais no Rio Grande do Sul e de chuvas de fraca a moderada intensidade no restante da Região, no leste de São Paulo e no Rio de Janeiro.
Esse sistema inaugura um período mais chuvoso no centro-sul do país. No entanto, o que chama mais a atenção na tendência apresentada pelo modelo ECMWF é um possível processo de formação de um ciclone extratropical (ciclogênese) sobre a Região Sul por volta dos dias 08 e 09. Esse processo pode trazer eventos de tempo severo sobre os três estados da Região e também sobre o Mato Grosso do Sul e São Paulo.
Ainda se trata de uma tendência e o cenário está sujeito a mudanças. No entanto, o que se pode afirmar é que um período com mais sistemas de precipitação acontecerá a partir do fim da primeira semana de agosto e se estende até pelo menos o início da segunda.