Primeira quinzena de dezembro vai terminar com chuvas no centro-sul, mas centro-norte ficará com as chuvas no fim de ano
Os próximos cinco dias serão marcados por chuvas organizadas e espalhadas pelo Sul, Sudeste e Centro-Oeste, porém, as instabilidades vão avançar e a segunda metade de dezembro, tende a ser mais úmida entre o Norte e Nordeste.
Os primeiros dez dias de dezembro foram marcados pelas pancadas de chuva espalhadas pelo Brasil, mas ainda de forma irregular e mal distribuída. Algumas regiões receberam apenas pancadas isoladas e com baixo volume, enquanto que outras já enfrentaram eventos extremos de precipitação como o mais recente em Angra dos Reis que deixou mortos e desabrigados. Veja mais informações no link abaixo:
Dezembro tem chamado a atenção já pela mudança de padrão comparado aos últimos meses, em que as chuvas ficaram muito concentradas no Sul, enquanto que outras regiões ficavam com os recordes de calor. Desde o começo do mês, chuvas intensas têm atingido partes do Sudeste, mostrando que as instabilidades estão avançando mais pelo Brasil, ainda que o El Niño persista com forte intensidade do Pacífico Equatorial.
Segundo dados das estações meteorológicas do INMET, choveu em 10 dias um total de 158mm em Passo Fundo, no norte do Rio Grande do Sul, ou seja, as chuvas continuam intensas e mantendo o estado em alerta para inundações e deslizamentos de terra. Porém, também houve registro de chuvas expressivas em outros estados de diferentes regiões brasileiras. Dentro deste mesmo período de 10 dias choveu cerca de 162mm em Angra Reis, no Rio de Janeiro, sendo que grande parte desse volume foi registrado nas últimas 48 horas.
No Centro-Oeste o maior volume de chuva registrado nos primeiros 10 dias de dezembro foi de quase 125mm em Brasnorte, no estado de Mato Grosso. Em Tarauacá, no Acre, foram registrados cerca de 167mm até o momento, sendo de longe o maior acumulado da região Norte. Já no Nordeste, mesmo com alguns registros de chuva, o volume total é muito menor comparado as outras regiões brasileiras. O maior volume em 10 dias no Nordeste foi registrado em Caruaru, no Pernambuco, com 38mm.
Primeira quinzena vai fechar com mais chuva no centro-sul
Os próximos cinco dias serão marcados por novas instabilidades Brasil a fora, porém, o que mais deve chamar a atenção é a formação de novas áreas de baixa pressão atmosférica no centro-sul que darão origem a outras frentes frias no decorrer desta semana.
Logo nesta segunda-feira (11) uma área de baixa pressão atmosférica vai se formar na costa de São Paulo, dando origem a uma frente fria subtropical, ou seja, já formada na altura do Sudeste. Esses sistemas acoplados podem provocar temporais e chuva volumosa até meados da semana, o que vai deixar o centro-leste de São Paulo, o Rio de Janeiro e a metade sul de Minas Gerais em alerta para transtornos. Ventos, raios e eventual queda de granizo podem ser registrados, além de volumes expressivos, não se descartando o potencial para alagamentos e deslizamentos de terra.
Na quarta-feira (13) o sistema frontal perde força e se afasta para o oceano, e isso porque a umidade voltará a se concentrar no Sul com a formação de uma outra área de baixa pressão atmosférica no interior do continente. O sistema vai dar origem a um novo sistema frontal bastante organizado que pode espalhar temporais e chuvas intensas pelo Rio Grande do Sul entre a noite de quarta e a quinta-feira (14).
Esse sistema, no entanto, logo vai se afastar para o oceano e se desfazer, enquanto que outras instabilidades em altos níveis da atmosfera vão se destacando em outras regiões brasileiras. As chuvas serão rápidas e intercaladas com janelas de sol e muito calor nos próximos dias, especialmente sobre o Centro-Oeste que conta ainda com chuvas irregulares.
Segunda quinzena com chuvas no Norte e Nordeste
Diferente da primeira quinzena de dezembro que deve terminar com chuvas mais concentradas e mais volumosas no centro-sul do país, a segunda metade do mês pode ser marcada por uma mudança de padrão com o avanço das instabilidades em direção ao Norte e Nordeste.
A junção entre os sistemas meteorológicos mais atuantes na faixa norte brasileira como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) e a Alta da Bolívia, vai se destacar durante a segunda quinzena de dezembro, ou seja, as chuvas podem se espalhar mais e até mesmo ganhar intensidade, o que será fundamental para a reposição hídrica no solo e nos reservatórios das duas regiões.
O Nordeste é o que mais tem sofrido com a seca e o calor excessivo provocados pelo fenômeno El Niño, muitas cidades já entraram em situação de emergência pelo clima seco, pelo aumento de queimadas, pelos baixos índices de umidade relativa do ar, enfim, são muitas as preocupações e os setores afetados pela irregularidade climática.
A previsão é de chuvas mais abrangentes e mais volumosas primeiro na região Norte, isso a partir do dia 16 de dezembro, e o destaque vai para os estados de Rondônia, Acre e Amazonas. Por volta do dia 19 de dezembro, as chuvas tendem a ganhar mais força também sobre os estados do Pará e Tocantins, o que mostra que as instabilidades também estão avançando mais em direção ao Nordeste.
A partir do dia 20 de dezembro, a expectativa é de chuvas mais espalhadas e mais intensas no Nordeste, começando primeiro pela faixa norte entre Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte, mas depois, a médio prazo, a projeção já é de chuvas mais abrangentes e mais volumosas também sobre a Bahia, mostrando que apesar dos últimos meses mais secos e muito quentes, 2023 pode terminar com maior umidade concentrada no centro-norte do Brasil. Isso não impede que chuvas não aconteçam no centro-sul na reta final do ano, mas ao que tudo indica, os eventos extremos de precipitação podem dar uma pequena trégua especialmente no Sul.