Primeira quinzena de junho no Nordeste: previsão indica a continuação das chuvas na litoral leste

Atlântico tropical continua aquecido, Pacífico caminha para a neutralidade e chuvas devem persistir no litoral leste do Nordeste. Confira a previsão completa para a primeira quinzena de junho.

Previsão
Confira a previsão para a primeira quinzena de junho na região Nordeste! Foto: Karen Teixeira.

Estamos a menos de 20 dias para o início do inverno no Hemisfério Sul, no dia 20 de junho. Em termos climatológicos, o mês de junho é caracterizado como seco na parte central do Brasil, inclusive na região Nordeste, principalmente no interior e litoral norte. Mas por outro lado, na faixa leste, entre o Rio Grande do Norte e Sergipe, o mês de junho é considerado mais chuvoso com acumulados de até 220 milímetros.

Em resumo, o clima da região Nordeste em junho é marcado por menores acumulados de chuva no interior e chuvas mais constantes no litoral leste, associadas a maior atuação das ondas de leste.

O que esperar para a primeira quinzena de junho na região Nordeste?

Oceano Atlântico continua quente e o Pacífico Equatorial segue em neutralidade

Existem dois grandes personagens na modulação do clima do Nordeste: a Temperatura de Superfície (TSM) do Atlântico e do Pacífico. O Atlântico tropical tem registrado anomalias de TSM acima da média climatológica, que possuem relação direta com o regime de chuvas sobre a região Nordeste. Ou seja, anomalias positivas de TSM contribuem para o transporte de umidade do oceano para o continente.

As anomalias de TSM do Atlântico estão em torno de +1,0° e +1,5°C na porção mais próxima da costa do Nordeste. Mas ao longo das semanas foi observado o aparecimento de águas mais frias na região mais central do Atlântico, com anomalias de cerca de -1°C. E quais as expectativas para este padrão no mês de junho?

TSM
Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar. Fonte: NOAA

Segundo as projeções dos modelos climáticos, as águas do Atlântico tropical devem caminhar para a neutralidade na porção central do oceano. E na parte mais próxima do litoral do Nordeste, são esperadas anomalias positivas de TSM mas com menor intensidade se comparado com o mês passado.

Nós já sabemos que o El Niño encerrou a sua temporada de 2023/24 e a La Niña começa a dar seus primeiros passos no Oceano Pacífico Equatorial! De acordo com a última atualização da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), a área de monitoramento Niño 3.4, região oficial de diagnóstico do El Niño Oscilação Sul (ENOS), apresentou anomalia de 0,1°C.

TSM
Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar no Pacífico tropical. Fonte: NOAA

Apesar de já estarmos observando anomalias negativas de TSM no Pacífico tropical, ainda teremos um período de ENOS neutro antes da confirmação da La Niña. As últimas projeções mostram que a La Niña se inicie no final do inverno e meados da primavera, porém os seus impactos só devem ser sentidos no verão de 2024/25.

Primeira semana de junho deve ser marcada por chuvas no litoral leste

De acordo com o modelo de confiança da Meteored, o ECMWF, a expectativa é de chuvas elevadas na costa leste do Nordeste nesta primeira semana de junho, desde o Rio Grande do Norte até a Bahia. Por outro lado, no litoral norte, o padrão é de chuvas irregulares entre o Maranhão e o Ceará.

Chuvas
Anomalia da Precipitação Média Semanal entre 03 a 10 de junho (esq.) e 10 a 17 de junho (dir.). Fonte: ECMWF.

Como já era esperado para este período, não há previsão de chuva para a porção interiorana da região, onde a tendência é de anomalias negativas de precipitação.

Na semana seguinte, entre 10 a 17 de junho, o modelo prevê um cenário diferente! A tendência é de pouca ou nenhuma chuva entre a Bahia e o estado de Alagoas, assim como no Maranhão, Piauí e Ceará, onde a expectativa é de chuvas irregulares ao longo da semana. No litoral do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco há previsão de chuvas elevadas na segunda semana de junho, associadas à atuação das ondas de leste.

É válido lembrar que quanto maior a extensão da previsão, menor será sua assertividade, ou seja, há uma diminuição da confiabilidade do modelo. Por isso, seguiremos atentos às futuras atualizações do modelo nas próximas semanas.