Outono sem influência do La Niña ou El Niño: o que esperar do clima

La Niña e El Niño não terão influência no clima de outono. Nos próximos meses o fenômeno entrará em neutralidade, não causando efeitos sobre as chuvas no país.

    Fotografia de chuvas em pleno outono, estação de transição.
    Fotografia de tirada de um evento chuvoso em pleno outono, estação de transição.

    Nos últimos meses vimos que a National Oceanic and Atmosphere Admnistration (NOAA) indicou que o fenômeno La Niña estava ativo. Contudo, a condição chegou tardiamente e desta forma, seus efeitos não foram totalmente sentidos sobre o país.

    Além disso, o último relatório da NOAA mostra que neste outono entraremos na fase neutra do fenômeno, ou seja, nesta fase o fenômeno não irá causar impactos nos regimes de chuva no Brasil.

    Previsão da ENSO para os meses subsequentes.
    Previsão da ENSO para os meses seguintes de 2025 indicam neutralidade do fenômeno. Fonte: NOAA.

    As projeções futuras é que a ocorrência, de El Niño ou La Niña, não deva acontecer até, no mínimo, no mês de setembro. Nos próximos meses teremos uma condição de neutralidade mas com tendências de temperaturas do oceano Pacífico um pouco mais frias. Desta maneira, a ENSO (El Niño Oscilação Sul) não vai provocar intensificações nos padrões de chuva ou estiagens no território brasileiro.

    Quais as expectativas para o Outono deste ano?

    O Outono de 2025 terá um padrão um pouco diferente do que estamos acostumados. Neste período de transição são esperadas que as temperaturas diminuam no decorrer das semanas até a chegada do inverno, contudo, para este ano a expectativa é de que as temperaturas fiquem um pouco acima da média para esta época.

    Durante esses meses, ainda podemos ter a ocorrência de veranicos que é caracterizado pela ocorrência de dias com muito calor e também estiagem, que ocorrem eventualmente em períodos fora de sua época, o verão. As maiores possibilidades dos registros destes eventos ficam por conta do centro-norte do Brasil.

    Previsão de anomalia de temperatura (modelo ECMWF) no trimestre Abril-Maio-Junho 2025.
    Previsão de anomalia de temperatura (modelo ECMWF) no trimestre Abril-Maio-Junho 2025.

    Com a chegada do outono as esperanças de um maior número de incursões de sistemas frontais e massas de ar polar são renovadas. E essa expectativa aumenta quando se vê que na Região Sul do Brasil a temperatura tende a ficar na média, mas o que isso quer dizer? Isso indica que há possibilidades do avanço de frentes frias para regiões com latitudes mais baixas acompanhadas por massas de ar mais frias, que causam a queda nas temperaturas.

    Outra questão importante para este outono é sobre o regime pluviométrico sobre as regiões brasileiras. A tendência é de que as chuvas fiquem dentro da média no Brasil Central e em boa parte do Sudeste. As chuvas mais significativas para este trimestre devem ocorrer no extremo Norte do Brasil e leste do Sudeste (Minas Gerais, Rio de Janeiro e sul do Espírito Santo), onde os volumes podem ficar entre 0 e 50 milímetros acima do normal.

    Previsão de anomalia de precipitação (modelo ECMWF) no trimestre Abril-Maio-Junho 2025.
    Previsão de anomalia de precipitação (modelo ECMWF) no trimestre Abril-Maio-Junho 2025.

    Por outro lado, o Rio Grande do Sul deverá passar por mais períodos de estiagens. Já que os indicadores são de que seja um período mais seco no estado gaúcho e partes de Santa Catarina. No leste do Nordeste, os modelos climáticos também indicam precipitação um pouco abaixo da média para esta época do ano, desde o litoral da Bahia ao Rio Grande do Norte.

    Com as informações de precipitação e também das temperaturas para o período em questão que são:

    • Chuvas dentro da média no Brasil Central e Sudeste porém temperaturas acima da climatologia;
    • Períodos de estiagens na Região Sul e temperaturas na média.

    Indica que teremos incursões de sistemas frontais até a altura do Sudeste provocando as chuvas dentro da média e acima dela no leste da região com o avanço de massa de ar frio e seco na sua retaguarda, promovendo as temperaturas na média sobre o Sul do Brasil e períodos de estiagens.