Região Sul em alerta: chuvas intensas e fortes tempestades voltam a provocar estragos no Rio Grande do Sul
Primeiros dias da primavera foram marcados por chuvas intensas no Sul do Brasil. 31 cidades foram afetadas até o momento com ao menos 500 casas atingidas.
Muitas cidades continuam sob efeito da estiagem prolongada no Brasil a espera das chuvas da primavera. Entretanto, algumas cidades da região Sul já experimentaram os primeiros eventos extremos da estação que traz os piores temporais devido a combinação entre calor e umidade.
O que era para ser um alívio frente a seca e ao calor intenso se torna uma preocupação devido ao rastro de destruição deixado pelas chuvas. Nos últimos dias houve decreto de situação de emergência por conta de vendaval, chuvas fortes e volumosas em diferentes cidades gaúchas.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu alertas diferentes para boa parte do país nesta quinta-feira (26) incluindo áreas do Sul. Os alertas são referentes ao perigo de chuva volumosa, tempestades e onda de calor e estão válidos até a manhã desta sexta-feira (27) quando devem ser atualizados.
Alertas ativos no Sul do Brasil
O INMET publicou um alerta amarelo com relação ao volume de chuva esperado sobre áreas do Rio Grande do Sul, tais como o Centro Ocidental Rio-grandense, Noroeste Rio-grandense, Sudoeste Rio-grandense, Sudeste Rio-grandense, Metropolitana de Porto Alegre, Centro Oriental Rio-grandense.
O volume de chuva pode variar entre 20 e 50 milímetros nessas regionais, não se descartando o potencial para transtornos e estragos. Segundo o instituto existe baixo risco de alagamentos e pequenos deslizamentos de terra.
Já em áreas entre a metade norte do Rio Grande do Sul, centro e oeste de Santa Catarina, centro, sul e oeste do Paraná, o alerta de perigo é para tempestades com volumes que podem chegar até 100 milímetros, além de rajadas de ventos intensos entre 60 e 100km/h, queda de granizo e descargas elétricas.
Estragos já registrados
Esses alertas ativos do INMET chamam a atenção após chuvas fortes e volumosas atingirem e danificarem várias cidades. Nas últimas 72 horas choveu mais de 191 milímetros em Camaquã, no leste gaúcho, o que causou estragos em ao menos 500 casas na cidade, cerca de 50 famílias estão desalojadas.
Segundo a Defesa Civil, cerca de 30 pessoas ficaram feridas, sendo que a maioria delas se feriu na tentativa de fazer reparos nos estragos ocasionados pela chuva que se intensificou nesta última quarta-feira (25).
Além de Camaquã, mais 30 cidades registraram danos provocados pelas últimas chuvas, dentre elas 10 cidades relataram que tem pessoas fora de suas casas que foram atingidas:
- Bagé (26 desalojados)
- Barão do Triunfo (2 desalojados)
- Camaquã (60 desabrigados)
- Cerrito (40 desabrigados)
- Dom Pedrito (4 desabrigados)
- Dom Feliciano (8 desabrigados)
- Pedro Osório (20 desalojados e 24 desabrigados)
- Pelotas (8 desalojados e 19 desabrigados)
- Rio Grande (18 desabrigados)
- São Lourenço do Sul (6 desabrigados e 25 desalojados)
Previsão do tempo
Para as próximas horas atenção ainda redobrada no Sul do Brasil devido a atuação da frente fria. Nas últimas 12 horas choveu mais de 40 milímetros em Porto Alegre, o que já colocou a capital na lista de cidades em risco para danos e transtornos à população.
Mesmo com o avanço da frente fria, nuvens carregadas ainda podem atingir boa parte do Rio Grande do Sul até o fim de hoje e amanhã, em que são esperados volumes elevados.
O mapa acima mostra que os acumulados sobre a região metropolitana de Porto Alegre podem chegar à casa dos 80 milímetros, ou seja, ainda tem mais uma metade dessas chuvas das últimas 12 horas para cair na capital gaúcha. Isso aumenta os riscos para alagamentos e deslizamentos de terra.
Entre Santa Catarina e o Paraná tem chances para tempestades com trovoadas, descargas elétricas, rajada de vento e até eventual queda de granizo, porém, os volumes esperados até o finalzinho desta sexta-feira (27) são baixos entre os dois estados.