Retorno das chuvas no Sudeste está próximo e mudança de padrão acontece já na virada do mês

A chuva já tem data marcada para retornar ao Sudeste após longo período de secas e calor acima do normal. Mudança de padrão está prevista para a virada do mês.

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Preparem o guarda-chuvas pois o padrão de secas está com data marcada para acabar. Veja quando a chuva retorna ao Sudeste.

O padrão de bloqueio atmosférico persiste sobre a maior parte do país, o que consequentemente mantém as secas e o calor acima do normal em diversas regiões como o Sudeste. O clima atípico tem chamado a atenção frente ao registro de temperaturas de quase 40°C em pleno mês de julho.

INMET emite alerta sobre baixos índices de umidade relativa do ar (UR) em boa parte do país, incluindo áreas do Sudeste. São Paulo e Minas Gerais estão na zona de perigo com alerta laranja.

Com a falta de chuva e temperaturas bastante elevadas no período da tarde, índices de UR abaixo de 20% têm sido registrados em centenas de cidades, principalmente no interior paulista e no triângulo mineiro, o que tem gerado preocupações.

Essa preocupação sobre baixos índices de umidade relativa do ar é enorme durante esta época do ano porque é um assunto sério e que provoca danos diretamente a saúde da população. Por exemplo, o número de casos de doenças respiratórios aumenta exponencialmente nessa época de secas.

Alerta vai continuar

Para esses próximos dias pouca coisa deve mudar sobre o Sudeste devido a presença da massa de ar seco e da onda de calor. A previsão ainda mostra dias ensolarados, com grande amplitude térmica e baixa umidade durante essa reta final de julho.

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Mapa mostra tempo seco sobre a maior parte do Sudeste nos próximos dias, mas já há indícios de que o padrão tende a mudar com o retorno das chuvas previsto para a virada do mês.

O mapa acima mostra o volume total de chuva previsto para o Sudeste até a próxima segunda-feira (29). Nota-se que não há condição de chuva sobre praticamente toda a região, e onde pode chover, são esperados baixos acumulados e chuvas isoladas.

Apesar do cenário ainda desanimador, essa chuva que tende a alcançar o sul do estado de São Paulo na segunda-feira já mostra indícios que o padrão de bloqueio atmosférico está sendo rompido e que a chuva pode retornar, veremos logo em seguida.

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Calor tende aumentar nos próximos dias em que as máximas podem atingir até 34°C em diversas cidades entre São Paulo e Minas Gerais.

Antes disso, é importante frisar que nesses próximos dias ainda fará muito calor no Sudeste. O mapa acima mostra que no domingo (28), a máxima prevista é de até 34°C nas áreas mais escuras do mapa como o norte paulista. A temperatura pode ser até um pouquinho menor em outras localidades, mas o fato é que o calor ainda será generalizado na região.

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Índices de umidade relativa do ar tendem a ficar abaixo dos 20% em grande parte do Sudeste, principalmente entre o noroeste de SP e o Triângulo Mineiro.

Por conta do tempo ainda muito seco e muito quente, alertas sobre baixos índices de umidade relativa do ar serão uma dura realidade. Em termos de comparação por exemplo, temos também na tarde bem quente de domingo, índices de UR em torno de 18% nas áreas em marrom escuro do mapa, o que já representa um sinal de atenção à saúde humana e animal.

Mudança vem na virada do mês

Como mencionado acima, já tem previsão para as primeiras pancadas de chuva na próxima segunda-feira (29), ainda que sejam pontuais no sul paulista. Porém, a mudança de padrão deve ocorrer logo em seguida na virada do mês, e isso têm motivos bastante consistentes para acreditar que a trégua já tem data marcada.

Primeiro vamos falar sobre a tendência negativa do índice da Oscilação Antártica (AAO), que é a principal oscilação responsável pela variabilidade dos sistemas transientes nas latitudes médias, ou seja, que vai permitir o avanço de sistemas como ciclones e frentes frias do Sul para o Sudeste, e é exatamente isso que reforça a ideia de mudança de padrão.

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Oscilação Antártica (AAO) vai para fase negativa na próxima semana e tende a mudar completamente o padrão de chuvas no centro-sul do Brasil. Fonte: NOAA

Os modelos têm indicado que a AAO ficará em uma fase negativa de forma intensa bem na virada de julho para agosto, atingindo seu pico de intensidade máxima na próxima semana, por volta da quarta-feira (31). Em termos práticos veremos o que isso significa nos mapas abaixo.

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Mudança de padrão das chuvas está prevista para a virada do mês após fase negativa da AAO se destacar. Fonte: ECMWF

A tendência do modelo europeu ECMWF é que a mudança de padrão de chuvas ocorra no Brasil a partir da próxima semana quando uma frente fria romper o bloqueio atmosférico e conseguir avançar pelo centro-sul do país.

No período entre 29 de julho e 05 de agosto já tem previsão de chuvas avançando rumo ao Sudeste, mas como o primeiro mapa mostra, a umidade tende a se concentrar por enquanto na faixa leste do Sudeste, mas o alívio vem logo em seguida também para o interior.

Para o Sudeste, o período mais importante no mês de agosto será entre os dias 5 e 12, quando a tendência do ECMWF é de chuvas espalhadas pela região de forma abrangente. A umidade vai gerar um alívio significativo frente ao clima seco e quente, pelo menos de forma momentânea.

Fala-se em alívio momentâneo porque ainda é uma tendência climática, que por mais que tenha o forte embasamento da fase negativa da AAO, pode mudar nos próximos dias em termos de distribuição e intensidade das chuvas.

Claro que já será um quadro muito melhor, principalmente porque no período seguinte, entre 12 e 19 de setembro, o modelo já aposta na continuidade da umidade sobre o Sudeste.

No entanto, isso não significa que em agosto não tenha risco para ondas de calor, chuvas irregulares. Inclusive, mesmo com essas chuvas esperadas, não podemos dizer ainda em começo do próximo período úmido com a aproximação da primavera.