Sudeste e Nordeste: novo episódio de chuvas extremas à frente

A partir do próximo fim de semana há a previsão de retorno da precipitação extrema no centro-norte do país com elevado potencial para transtornos, principalmente na Região Nordeste. Confira a tendência é a razão do retorno das chuvas.

Inundações; alagamentos, Nordeste; Sudeste
Chuvas voltam a ocorrer no Nordeste na próxima semana e há potencial para um novo episódio extremo de precipitação e transtornos.

Desde o último fim de semana, as chuvas começaram a migrar mais para o sul, diminuindo bastante o potencial de precipitação da Região Nordeste e da porção mais leste do Norte. Esse padrão irá predominar durante toda essa semana, com chuvas volumosas e tempestades ocorrendo principalmente no Centro-Oeste e no Sudeste, com pancadas isoladas espalhadas pela Região Sul.

La Niña, precipitação Nordeste
Em virtude da influência do fenômeno La Niña, a precipitação tem se concentrado no centro-norte do país. Apesar da mudança de padrão desta semana, as chuvas tendem a retornar para o Nordeste.

No entanto, este padrão deve mudar a partir do próximo fim de semana, com as chuvas se concentrando na porção centro-norte do país e levando potencial para eventos extremos de precipitação.

Antes de partirmos para a visão dos modelos ECMWF, vamos ver o que está provocando essa gangorra de chuva.

As oscilações Antártica e de Madden-Julian como os principais fatores

O deslocamento das chuvas para o centro-sul do país, está sendo proporcionado principalmente pela tendência negativa da Oscilação Antártica (AAO), que está associada à intensificação do Jato Subtropical, proporcionando uma maior frequência de cavados e baixas entre as regiões Sul e Sudeste.

Oscilação Antártica e Madden-Julian
Leve tendência positiva da AAO e atuação da MJO na fase 7 contribui para chuvas no centro-norte do país na próxima semana.

A mudança na próxima semana, com chuvas retornando para o centro-norte do país, está associada à tendência positiva apresentada pelas curvas em vermelho, que proporciona, nesta época do ano, um deslocamento dos sistemas transientes mais para norte. Devido à intensidade mais baixa da tendência positiva, até o momento, a banda de precipitação não deve se deslocar tanto para o Nordeste, atuando também em parte da Região Sudeste.

Além disso, o fator climático Oscilação de Madden-Julian atua na fase 7, potencializando a precipitação no leste do Nordeste, no Espírito Santo e na região Norte, o que coincide com a projeção do modelo ECMWF que apresentamos no item seguinte.

Anomalia de precipitação do modelos ECMWF

A última atualização do modelo ECMWF para 46 dias potencializou as anomalias de precipitação entre os dias 20 e 27 para a região Nordeste, norte das regiões Sudeste e Centro-Oeste e leste do Norte.

ECMWF
Anomalia de precipitação do modelo ECMWF para o período de 20 a 27 de dezembro.

Esse cenário traz novamente a possibilidade para eventos extremos de precipitação, principalmente entre o norte de Minas Gerais, o Espírito Santo, o leste e sul da Bahia. No entanto, no decorrer da próxima semana, o modelo ECMWF de curto prazo prevê a formação de outro ciclone próximo ao Sudeste, que deve proporcionar chuvas em boa parte da Região e contribuir para a organização posterior da umidade novamente na altura do norte capixaba e do sul baiano. Assim, a possibilidade de chuvas volumosas também se estende para os estado de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Vale ressaltar, que mesmo com a consistência da mudança de padrão, há a possibilidade de mudanças em relação a intensidade e ao local exato da precipitação mais volumosa, por se tratar de uma projeção ainda muito distante e com comportamento em virtude da AAO. De qualquer forma, se mantém o alerta prévio e o monitoramento.